Saúde mental e violência contra a mulher na Atenção Primária à Saúde
Keywords:
Atenção Primária à Saúde, Saúde Mental, Violência contra a mulherAbstract
A violência contra a mulher é considerada um problema de saúde pública, devido às consequências físicas e mentais provocadas na vítima. A Atenção Primária à Saúde (APS) tem um papel importante na identificação e no combate, pela sua capacidade de criação de vínculo entre profissionais e usuários, e a longitudinalidade do cuidado. Objetivou-se apresentar a importância da APS no enfrentamento da violência contra a mulher e dos transtornos mentais decorrentes dela. A pesquisa foi realizada através de fontes de dados, como artigos científicos eletrônicos, nas plataformas SciELO, BVSMS, PubMed. A violência contra a mulher acontece, na maioria das vezes, por parceiros íntimos, e seus danos psicológicos costumam ser negligenciados, tanto pela sociedade quanto pelos profissionais de saúde, provocando sequelas ainda maiores que a própria agressão física. Existe uma grande incapacidade em encaminhar a questão corretamente, visto que as abordagens cotidianas dos serviços de saúde ainda são bastante baseadas em práticas curativas e muitos profissionais não se sentem qualificados para abordar esse tema com as usuárias. Além das lesões físicas, as agressões psicológicas por si só acarretam elevados níveis de frustração, desconfiança e baixa autoestima que podem evoluir para o desenvolvimento de transtornos mentais não psicóticos, como depressão e ansiedade. Para uma melhor abordagem, torna-se importante buscar o estreitamento do vínculo com as mulheres, uma vez que elas raramente relatam os episódios de abuso na primeira consulta, sendo necessária a construção de uma relação de confiança para que seja possível a confirmação do problema. Em conclusão, percebe-se que a abordagem das mulheres vítimas de violência é complexa e deve envolver o acolhimento e uma equipe multidisciplinar, além de observar o contexto social que a vítima se insere e os transtornos mentais associados. Assim, a capacitação de profissionais para o enfrentamento do problema é imprescindível.