Alterações dos aspectos da Atenção Primária durante o internato em UBS COVID
Keywords:
Atenção Primária à Saúde, Infecção por Coronavírus, COVID-19Abstract
A pandemia do COVID-19, decretada como tal pela Organização Mundial da Saúde, em março de 2020, vem impactando de forma global as questões sanitárias e psicossociais da população. Assim, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria N°403, de 19 de março de 2020, estabeleceu um incentivo financeiro para a Atenção Primária à Saúde (APS), já que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) configuram o primeiro acesso dos cidadãos com o Sistema Único de Saúde (SUS). Como objetivo, buscou-se refletir sobre o impacto da pandemia COVID-19 na rotina do internato de medicina, em uma UBS de atendimento centralizado em Síndromes Gripais e casos suspeitos de COVID-19, em Sinop-MT. Quanto à metodologia, optou-se pela observação prática das intervenções na saúde pelo novo contexto de pandemia. A partir do relato de experiência, presenciou-se uma pandemia em um ambiente que conta com a preceptoria e a supervisão de médicos experientes mostra-se uma excelente oportunidade de aprendizado. A experiência no cuidado dos pacientes infectados pela COVID-19 torna-se um desafio, pois o tratamento desses pacientes traz preocupações acerca do cenário global e gera prejuízos à saúde mental dos profissionais, que abdicam da convivência com pessoas próximas e de demais atividades cotidianas, por se tornarem população de risco, devido à frequente exposição ao vírus. Ademais, a transformação das UBS em referência para pacientes suspeitos de COVID-19 retirou delas as características da APS, como a integralidade da atenção e a longitudinalidade do cuidado: a unidade funciona como um pronto atendimento, em que a atuação do médico se restringe ao binômio queixa-conduta. A população adscrita perde o segmento que realizava com a equipe e os profissionais perdem o contato com a rotina do serviço. Em conclusão, vivenciar o cuidado desses pacientes, enquanto acadêmico de medicina, sob a supervisão de médicos preceptores, que desempenham além de funções técnicas, funções docentes, éticas e morais, traz uma segurança contínua em relação à prática médica.