PERFIL DOS ACIDENTES CAUSADOS POR ARANHAS NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA SANITÁRIA DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA – MG
Keywords:
Animais Venenosos. Aranhas. EpidemiologiaAbstract
O araneísmo constitui um problema de saúde pública. Os gêneros Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus são referenciados na literatura como responsáveis por cerca de 81,0% dos acidentes causados por animais peçonhentos que ocorrem em nosso país, representando cerca de 5000 acidentes/ano. O município de Juiz de Fora/MG situa-se em área endêmica para estes animais. Assim, o objetivo desse estudo foi verificar o perfil dos acidentes causados por aranhas na área de abrangência sanitária do município de Juiz de Fora. Tratou-se de um estudo descritivo e retrospectivo do araneísmo entre janeiro de 2002 e dezembro de 2007. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponíveis no Departamento de Vigilância Epidemiológica de Juiz de Fora e analisados com o auxílio do Programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 14.0. Foram registradas 1500 notificações de acidentes causados por animais peçonhentos, dos quais 28,9% (n = 434) foram provocados por aranhas. O gênero Phoneutria foi responsável por 45,4% (n = 197) dos casos e Loxosceles, por 5,1% (n = 22) e, em 39,2% dos casos, o gênero do animal foi ignorado. A maioria dos acidentes (80,2%) ocorreu no município sede, com predominância da zona urbana (50,0%, n = 217) sobre a rural (46,5%; n = 202). A maior parte das vítimas (52,1%; n = 226) foi atendida até 3 horas após o acidente. Os membros superiores foram os mais atingidos (44,6%; n = 193), com destaque para os dedos da mão (24,7%; n = 107). A soroterapia foi realizada em apenas 3,2% (n = 14) dos casos. Os acidentes leves foram mais frequentes (80,2%, n = 348), com evolução para a cura em 82,3% (n = 357) dos casos. Os indivíduos acometidos eram, frequentemente, do sexo masculino (66,6%; n = 289), raça branca (23,7%; n = 103) e possuíam de 4 a 7 anos de estudo em 8,1% (n = 35) das notificações. Indivíduos com idades entre 16 e 60 anos foram acometidos em 72,6% (n = 315) dos envenenamentos. O número de acidentes por aracnídeos na região indica a necessidade de elaboração de estratégias de controle e programas de prevenção de acidentes.Downloads
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Published
2011-09-06
Issue
Section
Artigos Originais