PERFIL DOS ACIDENTES CAUSADOS POR ARANHAS NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA SANITÁRIA DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA – MG

Autores

  • Francislene Juliana Martins Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Natália da Silva Andrade
  • Rita de Cássia Padula Alves Vieira Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Augusto Alves Pinho Vieira
  • Nádia Rezende Barbosa Raposo Universidade Federal de Juiz de Fora, Laboratório de Neurociências - LIM 27, IPq-FMUSP

Palavras-chave:

Animais Venenosos. Aranhas. Epidemiologia

Resumo

O araneísmo constitui um problema de saúde pública. Os gêneros Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus são referenciados na literatura como responsáveis por cerca de 81,0% dos acidentes causados por animais peçonhentos que ocorrem em nosso país, representando cerca de 5000 acidentes/ano. O município de Juiz de Fora/MG situa-se em área endêmica para estes animais. Assim, o objetivo desse estudo foi verificar o perfil dos acidentes causados por aranhas na área de abrangência sanitária do município de Juiz de Fora. Tratou-se de um estudo descritivo e retrospectivo do araneísmo entre janeiro de 2002 e dezembro de 2007. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponíveis no Departamento de Vigilância Epidemiológica de Juiz de Fora e analisados com o auxílio do Programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 14.0. Foram registradas 1500 notificações de acidentes causados por animais peçonhentos, dos quais 28,9% (n = 434) foram provocados por aranhas. O gênero Phoneutria foi responsável por 45,4% (n = 197) dos casos e Loxosceles, por 5,1% (n = 22) e, em 39,2% dos casos, o gênero do animal foi ignorado. A maioria dos acidentes (80,2%) ocorreu no município sede, com predominância da zona urbana (50,0%, n = 217) sobre a rural (46,5%; n = 202). A maior parte das vítimas (52,1%; n = 226) foi atendida até 3 horas após o acidente. Os membros superiores foram os mais atingidos (44,6%; n = 193), com destaque para os dedos da mão (24,7%; n = 107). A soroterapia foi realizada em apenas 3,2% (n = 14) dos casos. Os acidentes leves foram mais frequentes (80,2%, n = 348), com evolução para a cura em 82,3% (n = 357) dos casos. Os indivíduos acometidos eram, frequentemente, do sexo masculino (66,6%; n = 289), raça branca (23,7%; n = 103) e possuíam de 4 a 7 anos de estudo em 8,1% (n = 35) das notificações. Indivíduos com idades entre 16 e 60 anos foram acometidos em 72,6% (n = 315) dos envenenamentos. O número de acidentes por aracnídeos na região indica a necessidade de elaboração de estratégias de controle e programas de prevenção de acidentes.

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Biografia do Autor

Francislene Juliana Martins, Universidade Federal de Juiz de Fora

Mestre em Saúde pela Faculdade de Medicina. Universidade Federal de Juiz de Fora

Natália da Silva Andrade

Graduada em Farmácia pela Universidade Federal de Juiz de Fora

Rita de Cássia Padula Alves Vieira, Universidade Federal de Juiz de Fora

Professora Adjunto da UFJF. Doutora em Saúde Coletiva. Faculdade de Farmácia

Augusto Alves Pinho Vieira

Graduando em Medicina. Universidade Federal de Juiz de Fora

Nádia Rezende Barbosa Raposo, Universidade Federal de Juiz de Fora, Laboratório de Neurociências - LIM 27, IPq-FMUSP

Professora adjunto da UFJF. Doutora em Toxicologia. Faculdade de Farmácia

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Publicado

2011-09-06

Edição

Seção

Artigos Originais

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