OBESIDADE INFANTIL: CARACTERÍSTICAS EM UMA POPULAÇÃO ATENDIDA PELO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Palavras-chave:
Obesidade, Sobrepeso, Prevalência, Epidemiologia, PediatriaResumo
O objetivo do presente estudo é conhecer a prevalência e os fatores relacionados à obesidade infantil, em população de assentamento. Foram avaliados 141 indivíduos, de ambos os sexos, de cinco a oito anos de idade, atendidos pelo Programa de Saúde da Família, em cidade de porte médio. A média da idade foi 7,1±1,11 anos e a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 5,7% e 9,2%, respectivamente. Quanto ao grau de escolaridade, 107 pais (87,7%) e 114(85,7%) mães não concluíram o Ensino Fundamental. Existe relação entre o grau de escolaridade materna e a presença de obesidade no filho, sendo o risco relativo para ganho excessivo de peso na criança, na presença de baixa escolaridade materna de 2,104 (IC:0,944-4,689). A mediana da renda familiar foi R$ 300,00 e da renda per capita R$64,67. O risco relativo para obesidade e sobrepeso, na presença de baixa renda per capita, foi de 1,74 (IC:0,682-4,514). Foi encontrada ainda tendência ao sedentarismo, em toda a população estudada, com apenas 43 (30,5%) crianças referindo prática regular de exercícios físicos, na maioria das vezes, aulas de Educação Física, na escola. Dentre as crianças com obesidade e sobrepeso, em 10 (47,6%) casos, os pais não detectaram essa condição nos seus filhos, sendo maior a discordância entre a percepção dos pais e o estado nutricional da criança, nos indivíduos do sexo feminino. Pode-se concluir que, na população de baixa renda estudada, é alta a prevalência de obesidade infantil e que, muitas vezes, os pais não sabem avaliar adequadamente o estado nutricional dos filhos. É também elevada a taxa de sedentarismo e a escola parece ter papel importante no incentivo à prática de atividade física. A obesidade infantil é tema sobre o qual o Programa de Saúde da Família poderia desenvolver estratégias de atuação.