Características populacionais, desenvolvimento e produção de Dendrocephalus brasiliensis Pesta, 1921 sob as condições climáticas da região sudeste do país

Autores

  • Marcelo Grombone de Vasconcellos

Resumo

Neste trabalho são apresentados os dados de quatro anos de experimentos de cultivo do Branchyopoda Dendrocephalus brasiliensis, efetuados sobre as condições climáticas da região sudeste. Foram utilizados quatro tanques de 500 litros cada, cobertos por estufa plástica, inoculados com náuplios recém eclodidos de branchoneta que foram alimentados por uma mistura de fermento biológico e amido de arroz. Durante os quatro anos de cultivo, a cada três meses, os tanques foram esvaziados, secos ao sol e novamente preenchidos, obtendo-se nova cultura. Foram retiradas, a partir do início da maturidade sexual dos indivíduos, amostras aleatórias de todas as culturas para registro de variáveis biométricas, de fecundidade das fêmeas e proporção sexual, obtendo-se também registros de tempo de desenvolvimento dos indivíduos nos meses de inverno e verão, taxas de mortalidade sob estresse populacional em machos e fêmeas e biomassa média a cada ciclo. Para os machos foi registrado cerca de 14 mm de comprimento médio e 0,027 grama de peso médio, enquanto que para as fêmeas, os dados biométricos médios foram significativamente menores: 11,52 mm e 0,014 g, sem diferenças significativas entre os meses de verão e inverno. A fecundidade média instantânea registrada foi de cerca de 37 cistos de 203 µm de diâmetro médio por fêmea. O tempo necessário até a maturidade sexual e aparecimento das bolsas ovígeras foi em media 6340 horas-grau nos meses de verão e cerca de 10034 horas-grau nos meses de inverno, 22 e 8 dias às temperaturas médias da água de 19 e 33 graus centígrados, respectivamente. A biomassa média estimada foi de 6 g por metro cúbico por ciclo, demonstrando nao haver mortalidade significativa sob temperaturas baixas típicas do inverno na região sudeste. Sob estresse populacional de 20 indivíduos por litro ou 0,5 g/L registrou-se a mortalidade de 100% dos machos e 0,2 % para as fêmeas, nas primeiras 24 horas. Os cistos obtidos no cultivo tiveram taxas de eclosão estimadas acima de 80% em períodos de cerca de 18 horas à temperatura média de 32ºC e luminosidade constante.

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Publicado

2012-01-24