Classificação dos verbos manuais na libras: uma nova abordagem de configuração de mão
Palavras-chave:
Libras, Verbos Manuais, Classificadores semânticos, Blends, Formação de sinaisResumo
Os verbos manuais na libras podem ser divididos em locativos, classificadores de entidade ou classificadores de instrumento (FARIA-NASCIMENTO; CORREIA, 2011). Pelo viés da Morfologia Distribuída (HALLE; MARANTZ, 1993), Mak (2021) selecionou 8 verbos manuais, totalizando 37 entradas lexicais retiradas do Dicionário da Língua de Sinais do Brasil (CAPOVILLA et al., 2017), e verificou que parte deles não se enquadra nas categorias propostas por Faria-Nascimento e Correia (2011). Dessa forma, baseando-se nos tipos de formação de verbos: derivação, composição e fusão (blend) (XAVIER; NEVES, 2011), a autora propôs a classe de verbos com configuração de mão classificadora, onde todos os verbos são formados por classificadores SASSes (SUPALLA, 1986) e por blends. Este artigo analisa a proposta de Mak (2021) e sugere que os verbos da nova classe são formados por classificadores semânticos (SUPALLA, 1986) e podem ser formados por blend e por composição.
Downloads
Referências
BASSANI, I. S. Uma abordagem localista para morfologia e estrutura argumental dos verbos complexos (parassintéticos) do português brasileiro. Tese (Doutorado em Letras). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
BATTISON, R. Phonological deletion in American Sign Language. In: Sign Language Studies. Washington DC: Gallaudet University Press, 1974. p. 1-19, v. 5.
BATTISON, R. Analysing signs. In: Lexical borrowing in American Sign Language. (2001c) Silver Spring, MD: Linstok Press, 1978, p. 19-58.
BERNARDINO, E. L. A. O uso de classificadores na língua de sinais brasileira. ReVEL. v. 10, n. 19, 2012, ISSN 1678-8931. Disponível em: www.revel.inf.br. Acesso em: jun. 2019.
CAPOVILLA, F.; RAPHAEL, W. D. TEMOTEO, J.G., MARTINS, A.C. Dicionário da língua de sinais brasileira: A libras em suas mãos – Libras. v. I, II e III. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/ Imprensa Oficial do Estado, 2017.
FARIA-NASCIMENTO, S. P. de; CORREIA, M. Um olhar sobre a morfologia dos gestos. Lisboa: UCP, 2011.
FERREIRA, G. A. Um Estudo sobre os Verbos Manuais da Língua de Sinais Brasileira. 2013. 101 p. Dissertação (Mestrado em Linguística). Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
FERREIRA, G. A.; NAVES, R. R. Um estudo dos verbos manuais da Língua Brasileira de Sinais. Juiz de Fora: Revista Veredas de Estudos Linguísticos, 2014. v. 18 (1), ISSN 1982-2243. Julho de 2014.
HALLE, Morris; MARANTZ, Alec. Distributed Morphology and the Pieces of Inflection. In: HALE, Kenneth Locke; KEYSER, Samuel Jay (Eds.). The View from Building 20: Essays in Linguistics in Honor of Sylvain Bromberger. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1993. p. 111-176.
JAKOBSON, R. À Procura da Essência da Linguagem e Lingüística e Poética. In: Lingüística e Comunicação. São Paulo: Cultrix, 1969.
LIDDELL, S. K. Grammar, gesture, and meaning in American Sign Language. 1.ed. Cambridge: Cambridge University Press. 2003.
MAK, J. K. W. Formação de verbos manuais na libras. 2021 (Dissertação de mestrado) - Universidade Federal de São Paulo, 2021.
MINUSSI, R. D.; TAKAHIRA, A. G. R. Observações sobre os compostos da LIBRAS: a interpretação das categorias gramaticais. Rio de Janeiro: Revista Linguística / Revista do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2013. v. 9, n.1, ISSN 1808-835X 1. Disponível em: https://doi.org/10.31513/linguistica.2013.v9n1a4573
MINUSSI, R. D.; NÓBREGA, V. A interface sintaxe-pragmática na formação de palavras: avaliando os pontos de acesso da Enciclopédia na arquitetura da gramática. Veredas (UFJF), v.18, n. 1, 2014.
PADDEN, C. Interaction of morphology and Syntax in American Sign Language. Doctor of Philosophy in Linguistics. Dissertation. San Diego: University of California, 1983.
PADDEN, C. Interaction of Morphology and Syntax in American Sign Language. Outstanding Dissertations in Linguistics, Series IV. New York: Garland Press, 1988.
QUADROS, R; KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
QUADROS, R. M. et al. Língua Brasileira de Sinais III Licenciatura em Letras-Libras na Modalidade a Distância. Universidade Federal de Santa Catarina, 2008, ISBN 978-85-60522-12-5
RODERO-TAKAHIRA, A. G. Compostos nas língua de sinais brasileira. Tese (Doutorado em Letras). Universidade de São Paulo, São Paulo. 2015.
SANDMANN, A. J. Morfologia Lexical. São Paulo: Contexto, 1990.
SCHER, A. P. Morfologia Distribuída: formação de palavras na sintaxe. In: FIORIN, José Luiz. Novos caminhos da linguística. São Paulo: Editora Contexto, 2017. p. 37-59.
SOFIATO, C. G.; REILY, L.; ALBRES, N de A.; ALBRES-SANTIAGO, V. de A. Língua brasileira de sinais- Libras. Aspectos linguísticos e históricos. São Carlos: UFSCAR, 2012.
STOKOE, W. Sign language structure: An outline of the visual communication systems of the American Deaf. Studies in Linguistics, Occasional Papers 8. Buffalo: University of Buffalo Press, 1960.
SUPALLA, T. Structure and acquisition of verbs of motion and location in American Sign Language. Unpublished doctoral dissertation, University of California, San Diego, 1982.
SUPALLA, Ted. The classifier system in American Sign Language. In: CRAIG, Colette. (Ed.) Typological studies in language: noun classes and categorization. Amsterdam, Philadelphia: John Benjamin Publishing Company, 1986. p. 181-214.
SUPALLA, T. The classifier system in American Sign Language. In: CRAIG, Colette. (Ed.) Typological studies in language: noun classes and categorization. Amsterdam, Philadelphia: John Benjamin Publishing Company, 1986. p. 181-214.
TAGNIN, S. O jeito que a gente fala: combinações consagradas em inglês e português. Disal Editora: Barueri. 2013.
XAVIER, A.; ALBUQUERQUE, L. Descrição e análise de sinais depictivos na libras. Domínios de Lingu@gem, v. 1. Uberlândia, 2024. DOI 10.14393/DLv18a2024-32.
XAVIER, A.; NEVES, S. Descrição de aspectos morfológicos da LIBRAS. Revista Sinalizar, v.1, n.2, p. 130-151, jul./dez.2016. ISSN 2448-0797. Disponível em: https://doi.org/10.5216/rs.v1i2.43933