Emergência, relativização e (des)construção de estereótipos culturais pelo jogo de categorizações e posicionamentos
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-2243.2021.v25.35949Resumen
Este artigo busca discutir como identidades culturais, sob a forma de estereótipos e essencialismos, emergem e são desconstruídas (ou ratificadas) no movimento de afiliações de pertencimento produzidas e (re)negociadas pelos participantes através das representações performativizadas e (re)posicionadas pela (e na) língua. A análise proposta se baseia na teoria dos posicionamentos (DEPPERMANN, 2015; LANGENHOVE, HARRÉ, 1994) que, no contexto analisado, se manifestam em narrativas co-construídas pelos estudantes, bem como pelo modo como categorizam uns aos outros no curso das interações (FITZGERALD, HOUSLEY e RINTEL, 2017; FITZGERALD e HOUSLEY 2015). Tal pesquisa é de cunho qualitativo e interpretativista, baseada na análise de dados gerados em uma turma de imersão de Português como Língua Adicional (PLA). A análise dos dados sugere que os estereótipos, embora percebidos em um primeiro momento, podem ser, por vezes, desconstruídos e relativizados através de reflexões advindas de novas experiências vivenciadas pelos estudantes no país anfitrião. Os resultados trazem implicações para os estudos da fala-em-interação, bem como para a área de formação de professores, uma vez que apresentam uma visão acerca da necessidade de repensarmos uma abordagem que considera a cultura sob perspectivas não-essencialistas.