Goffman e a ritualização do infinitamente pequeno: observando o sutil na sustentação do discurso hegemônico em interações de um curso de marcenaria para mulheres
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-2243.2021.v25.34132Abstract
O presente trabalho almeja evidenciar as manifestações sutis do discurso dominante em um curso de marcenaria para mulheres, no qual um professor interage com dez alunas mulheres. Com base em reflexões de Goffman sobre situação social, relato de histórias e interação e gênero (Goffman, 2002, 1974/2012, 1976), examinaremos as relações entre participantes do curso quando do relato do professor sobre sua experiência de vida em um ano em uma aldeia indígena.
Tal análise parte de uma perspectiva da Linguística Aplicada Crítica (Moita Lopes, 2016), em articulação com a análise de narrativas (Bastos e Biar, 2015; Biar, 2017; Linde, 1993) e com considerações etnográficas (Garcez e Loder, 2014; Coelho, 2016,). Observaremos a construção do senso de alteridade e de autoridade etnográfica do professor, considerando a sua performance entrelaçada a relações de poder e gênero.