Sejam bem-vindos: reflexões sobre a preparação de materiais de ensino de língua portuguesa para refugiados e solicitantes de refúgio
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-2243.2021.v25.35583Resumo
O presente artigo tem como objetivo descrever as atividades de ensino de Língua Portuguesa para refugiados e solicitantes de refúgio realizadas por um projeto desenvolvido na Universidade do Rio de Janeiro. Tomada como uma língua de acolhimento para os diferentes sujeitos que buscam aprendê-la no espaço de enunciação (GUIMARÃES, 2002) brasileiro, as suas práticas de ensino passam a ser revistas e repensadas. Em uma perspectiva discursiva, compreendemos que esse (re)fazer e (re)pensar estão atrelados a formas distintas de produzir significação e, principalmente, como essa língua passa a ser (re)significada para sujeitos refugiados, em suas condições materiais de existência, afetados por deslocamentos forçados, que buscam novas formas de semantizar as novas relações sociais impostas. Em decorrências de tais condições de produção, foram produzidas algumas unidades didáticas sobre trabalho e emprego. Esse material foi produzindo em conformidade à noção de arquivo pedagógico (INDURSKY, 2019), uma noção muito produtiva em um contexto de alta rotatividade de alunos como os descritos neste texto.