Precariado e Direitos Sociais

um estudo sobre a relação das lutas de classe e exercício da cidadania, a partir das memórias coletivas

Resumo

O presente trabalho, inserido em um contexto de banalização da mediação
normativa, conquistada na década de 1930, e sua constante espoliação em prol do
que se convencionou chamar de desenvolvimento econômico, destina-se, sem a
pretensão de esgotar o tema, a compreender a expansão do precariado, enquanto
segmento da classe trabalhadora e suas várias formas de ser. Além disso, busca-se
analisar as formas de resistência dessa classe explorada pelo capital, em especial
do seu novo segmento precarizado. Nesse contexto, resgatando as memórias
constitutivas da luta da classe trabalhadora e sua organização coletiva, reconhecese o poder simbólico e prático dos sindicatos como forma de luta e reivindicação de
uma cidadania mais ativa. Todavia, longe de fazer uma análise utópica, reconhecese que, atualmente, há uma predominância das formas de trabalho informatizadas,
os chamados homeworks, bicos e serviços uberizados, em detrimento das antigas
formas de emprego e vínculos trabalhistas, restando uma probabilidade ínfima de
uma prognose favorável ao destino deste segmento social, uma vez que a agregação
e a ação concertada das pessoas que exercem tais atividades laborativas é uma
realidade cada vez mais distante.