AVALIAÇÃO DO PROTOCOLO DE LIMPEZA DO ESPAÇO DO PINO NA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DOS PINOS DE FIBRA DE VIDRO

Resumo

Este estudo comparou o efeito de protocolos de limpeza do espaço do pino na resistência de união entre o pino de fibra de vidro e a dentina do canal radicular após ciclagem mecânica. Foram selecionados 40 incisivos bovinos unirradiculares, com comprimento de 18 mm e até 2 mm de diâmetro do canal radicular. Os espécimes foram tratados endodonticamente, as raízes foram recobertas com cera utilidade na espessura de 0.3 mm, incluídas em um cilindro com resina acrílica, e posteriormente a cera foi substituída por poliéter para simular o ligamento periodontal. Os canais foram desobturados com a broca correspondente ao sistema de pinos utilizado a um comprimento de 12mm.As raízes foram divididas aleatoriamente em quatro grupos, de acordo com o protocolo de limpeza do espaço do pino: G1 (controle): solução salina; G2: Hipoclorito de Sódio 2,5%; G3: Gluconato de clorexidina 2%; G4: EDTA 17%. Os pinos foram condicionados com ácido fosfórico por 30s e silano por 4min. Para a cimentação, o cimento resinoso dual foi manipulado e inserido no interior do canal com auxílio de uma ponta Lentulo#40. O pino foi inserido no canal, mantido em posição sob pressão digital por 60s, o excesso de cimento foi removido e fotoativado por 40s. A reconstrução coronária foi realizada com resina composta micro-híbrida com auxílio de matrizes plásticas padronizadas. Posteriormente, foi realizada a ciclagem mecânica da amostra (1.200.000 ciclos; 90N; 4Hz). Após a ciclagem, as raízes foram seccionadas perpendicularmente aos pinos em lâminas de 1mm de espessura em uma máquina de corte. Os corpos de prova de cada grupo foram submetidos ao teste de Push-out (100N; 0,5mm/min). Os valores obtidos foram submetidos à análise estatística (ANOVA dois fatores e teste de Tukey; α=0,05). As três regiões de cada raiz (cervical, média e apical) foram analisadas em estereomicroscópio para classificação do modo de falha. G4 demonstrou os maiores valores de resistência de união (7,07), seguido por G3 (5,78), G2 (4,69) e G1 (4,08), diferindo estatisticamente (p<0,05) dos dois últimos. Não houve diferença na resistência de união nas três regiões das raízes (p>0,05). As falhas adesivas entre cimento e dentina foram predominantes, seguidas pelas falhas mistas. Concluiu-se que o EDTA 17% foi superior às demais soluções para limpeza do espaço do pino quando utilizados pinos de fibra de vidro.