Violência sexual infantojuvenil em processos criminais: uma pesquisa documental
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-1247.2021.v15.30178Palavras-chave:
Violência sexual, Direito Penal, Análise documental, Infância, AdolescênciaResumo
Objetivou-se conhecer e analisar denúncias de violência sexual infanto-juvenil (VSIJ) por meio da análise documental de processos criminais. Encontrou-se 43 processos relativos a 49 vítimas e a 44 indiciados, com VSIJ supostamente praticada por homens que integravam a família (65,9%), ocorridas em ambiente doméstico (74,4%), incluindo, geralmente, apenas indiciado e vítima (86%), na maioria mulheres (87,8%). Concluiu-se que o uso dos processos criminais se mostra relevante. A semelhança entre os resultados e os dados da literatura científica indica a importância de se utilizar estas informações em programas de educação e prevenção, e de se refletir sobre estratégias para os casos que não chegam às autoridades.
Downloads
Referências
Aded, N. L. O., Dalcin, B. L. G. S., Moraes, T. M., & Cavalcanti, M. T. (2006). Abuso sexual em crianças e adolescentes: revisão de 100 de literatura. Revista de Psiquiatria Clínica, 33(4), 204-213. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rpc/v33n4/a05v33n4.pdf
Arantes, E. M. M. (2011). O depoimento sem dano. In M. R. F. Azambuja & M. H. M. Ferreira, Violência sexual contra crianças e adolescentes (pp. 79-87). Porto Alegre: Artmed.
Ariés, P. (1981). História Social da Criança e da Família (2a ed). São Paulo: LTC.
Azambuja, M. R. F. (2009). A inquirição da vítima de violência sexual à luz do melhor interesse da criança. In Conselho Federal De Psicologia, Falando sério sobre a escuta de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência e a rede de proteção: Propostas do Conselho Federal de Psicologia (pp.27-71). Brasília: CFP
Azevedo, M. A., & Guerra, V. A. (1995). A violência doméstica na infância e adolescência. São Paulo: Robe Editorial.
Baía, P., Veloso, M., Habigzang, L., Dell’aglio, D., & Magalhães, C. (2015). Padrões de revelação e descoberta do abuso sexual de crianças e adolescentes. Revista de Psicologia, 24(1), 01-19. Recuperado de: revistapsicologia.uchile.cl/index.php/RDP/article/view/37007/38594
Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. (edição revista e ampliada). Lisboa: Edições 70.
Bouhet, B., Pérard, D., & Zorman, M. (1997). Da importância dos abusos sexuais na França. In Gabel, M (Org.), Crianças vítimas de abuso sexual (pp. 29-42). São Paulo: Summus.
Brasil. (2002). Plano nacional de enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil. Brasília: Ministério da Justiça. Secretaria de Estado de Direitos Humanos. Departamento da Criança e do Adolescente.
Brasil. (2014). Plano nacional de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Brasília: Ministério da Justiça. Secretaria de Estado de Direitos Humanos. Departamento da Criança e do Adolescente.
Brito, L. M. T. (2012). Das avaliações técnicas aos depoimentos infanto-juvenis: novos rumos dos casos de suspeita de abuso sexual. In L. M. T., Brito (Org.) Escuta de Crianças e de Adolescentes: reflexões, sentidos e práticas (pp.51-86). Rio de Janeiro: EdUERJ.
Brito, L. M. T., & Pereira, J. B. (2012). Depoimento de crianças: um divisor de águas nos processos judiciais?. Psico-USF, 17(2), 285-293. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-82712012000200012
César, J. A. D. (2016). Depoimento Sem Dano/Depoimento Especial – treze anos de uma prática judicial. In L. Potter & M. V. Hoffmeister (Orgs.), Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes: quando a multidisciplinaridade aproxima os olhares (pp.17-37). Porto Alegre: Livraria do Advogado.
Childhood Brasil. (2018). Mapear: Mapeamento dos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais brasileiras. Recuperado de https://www.childhood.org.br/
Conte, B. S. (2008). Depoimento sem dano: a escuta da psicanálise ou a escuta do direito?. Psico, 39(2), 219-223. Recuperado de http://revistaseletronicas.pucrs.br/revistapsico/ojs/index.php/revistapsico/article/view/2262/3043
Ferreira, M. H. M., & Azambuja, M. R. F. (2011). Aspectos jurídicos e psíquicos da inquirição da criança vítima. In M. R. F. Azambuja & M. H. M. Ferreira, Violência sexual contra crianças e adolescentes (pp. 48-66). Porto Alegre: Artmed.
Florentino, B. R. B. (2015). As possíveis consequências do abuso sexual praticado contra crianças e adolescentes. Fractal: Revista de Psicologia, 27(2), 139-144. https://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/805
Habigzang, L. F., Corte, F. D., Hatzemberger, R., Stroeher, F., & Koller, S. H. (2008). Avaliação psicológica em casos de abuso sexual na infância e adolescência. Psicologia: Reflexão e Crítica, 21(2), 338-344. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/prc/v21n2/a21v21n2.pdf
Habigzang, L. F., Koller, S. H., Azevedo, G. A., & Machado, P. X. (2005). Abuso sexual infantil e dinâmica familiar: aspectos observados em processos jurídicos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 21(3), 341-348. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722005000300011
Hatzenberger, R., Habigzang, L. F., & Koller, S. H. (2012). Análise das percepções que meninas vítimas de violência sexual têm sobre si, os outros e o futuro. In L. F., Habigzang, & S. H., Koller, (Orgs.), Violência contra crianças e adolescentes: teoria, pesquisa e prática (pp. 69-79). Porto Alegre: ArtMed.
Heerdt, F. V. (2016). A escuta protegida e a ponderação entre os bens jusfundamentais do acusado ofendido no processo penal: adoção do depoimento especial para suprimento da insuficiência. In L. Potter & M. V. Hoffmeister (Orgs.), Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes: quando a multidisciplinaridade aproxima os olhares (pp.81-90). Porto Alegre: Livraria do Advogado.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010). Censo de 2010. Recuperado de: https://ww2.ibge.gov.br/home/
Kappel, D. H., Ferreira, M. H. M., Portella, I. (2002). O desenvolvimento da personalidade e a violência sexual. In D. C. A. Ferrari & T. C. C. Vecina, O fim do silêncio na violência familiar: teoria e prática (pp.216-225). Porto Alegre: Artmed.
Lei n. 11.829, de 25 de novembro de 2008. (2008, 25 de novembro). Altera a Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, para aprimorar o combate à produção, venda e distribuição de pornografia infantil, bem como criminalizar a aquisição e a posse de tal material e outras condutas relacionadas à pedofilia na internet. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11829.htm
Lei n. 12.015, de 7 de agosto de 2009. (2009, 7 de agosto). Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do inciso XLIII do art. 5 da Constituição Federal e revoga a Lei n. 2.252, de 1 de julho de 1954, que trata de corrupção de menores. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm
Lei n. 13.431, de 4 de abril de 2017. (2017, 4 de abril). Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13431.htm
Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. (1940, 7 de dezembro). Código Penal. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. (1990). Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm
Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico. (2018, junho). Análise epidemiológica da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, 2011 a 2017. Brasília. Secretaria de Vigilância em Saúde. Recuperado de http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/25/2018-024.pdf
Paulo, B. M. (2009). Nadando contra a corrente: um outro olhar sobre a participação de psicólogos na inquirição de crianças. In B. M. Paulo (Coord.), Psicologia na Prática Jurídica: A criança em foco (pp. 303-321). Rio de Janeiro: Impetus.
Pfeiffer, L., & Salvagni, E. P. (2005). Visão atual do abuso sexual na infância e adolescência. Jornal de Pediatria, 81(5, Suppl.), 197-204. https://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572005000700010
Pincolini, A. M. F., & Hutz, C. S. (2014). Abusadores sexuais adultos e adolescentes no sul do Brasil: pesquisa em denúncias e sentenças judiciais. Temas em Psicologia, 22(2), 301-312. https://dx.doi.org/10.9788/TP2014.2-03
Pincolini, A. M. F., & Hutz, C. S., & Laskoski, L. (2012). Caracterização da Violência Sexual a partir de Denúncias e Sentenças Judiciais. Psicologia em Pesquisa, 6(1), 19-28. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psipesq/v6n1/v6n1a04.pdf
Prodanov, C. C. (2013). Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. (2a ed.). Novo Hamburgo, SC: Feevale.
Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. (2013). Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Recuperado de http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf
Resolução n. 510, de 07 de abril de 2016. (2016). Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana. Recuperado de http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/reso510.pdf
Sanderson, C. (2005). Abuso Sexual em Crianças: Fortalecendo Pais e Professores Para Proteger Crianças Contra Abusos Sexuais e Pedoflia. São Paulo: M.Books do Brasil.
Santos, S. S., Pelisoli, C., & Dell’Aglio, D. D. (2012). Desvendando segredos: padrões e dinâmicas familiares no abuso sexual infantil. In L. F., Habigzang, & S. H., Koller, (Orgs.), Violência contra crianças e adolescentes: teoria, pesquisa e prática (pp. 69-79). Porto Alegre: ArtMed.
Sá-Silva, J. R., Almeida, C. D., & Guindani, J. F. (2009, julho). Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, 1(1), 01-15. Recuperado de https://www.rbhcs.com/rbhcs/article/view/6/pdf
Scodelario, A. S. (2002). A família abusiva. In D. C. A. Ferrari & T. C. C. Vecina, O fim do silêncio na violência familiar: teoria e prática (pp.95-113). Porto Alegre: Artmed.
Tabajaski, B. (2009). O depoimento especial de crianças/adolescentes vítimas de violência: um encontro entre direitos humanos, o saber jurídico e a ciência psicológica. In B. M. Paulo (Coord.), Psicologia na Prática Jurídica: A criança em foco (pp.289-302). Rio de Janeiro: Impetus.
United Nations Children’s Fund. (2017). A Familiar Face: Violence in the lives of children and adolescents. New York: UNICEF. Recuperado de https://www.unicef.org/publications/index_101397.html
World Health Organizations. (2002). Relatório Mundial sobre Violência e Saúde. Recuperado de https://www.opas.org.br/wp-content/uploads/2015/09/relatorio-mundial-violencia-saude.pdf
Zavaschi, M. L. S., Estrella, C., Jardim, F. C., & Driemeier, F. M. (2011). A avaliação da criança vítima de violência sexual. In M. R. F. Azambuja & M. H. M. Ferreira, Violência sexual contra crianças e adolescentes (pp.136-149). Porto Alegre: Artmed.
Publicado
Versões
- 2021-06-30 (2)
- 2021-06-30 (1)