Preciado e a disforia do mundo: um manifesto pelo desmantelamento das estruturas e a (des)esperança das possibilidades
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2025.v19.48982Palavras-chave:
Disforia, Mundo, Preciado, Contemporaneidades, SociedadeResumo
Esta resenha busca ecoar, por meio do livro Dysphoria Mundi (2023), de Paul Preciado, a relação que o autor estabelece entre as disforias vividas pelos corpos e a inadequação e os desafios enfrentados, de forma global e simultânea, pelo “corpo” do mundo. A obra mostra como o autor percebe essas dinâmicas de rupturas que marcam a sincronia espaço-tempo do planeta, e como desafios contemporâneos recentes — como a pandemia de Covid-19, as mudanças climáticas, as guerras, as polarizações políticas etc. — hipermediados pelas tecnologias e mídias digitais, criam fricções e dissensos. Essas fricções, por sua vez, não são apenas tensões ou colapsos isolados, mas pontos críticos que evidenciam a fragilidade das estruturas sociais, políticas e epistemológicas vigentes. O presente texto tenta compreender como essas fricções podem representar, na perspectiva do autor, tanto barreiras para a constituição da sociedade, como também momentos de emergência e criação de fenômenos capazes de propiciar o desmantelamento e a desestruturação das normas sociais coercitivas e hegemônicas, dando oportunidade ao surgimento de novas possibilidades para a manutenção da humanidade e continuidade do planeta como espaço habitável e vivível.
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Referências
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