A ecologia digital da participação indígena brasileira

Autores

  • Eliete Pereira

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2018.v12.21572

Palavras-chave:

Digitalização, Povos Indígenas, Ecologia Comunicativa, Redes Digitais

Resumo

O aparecimento da Internet e dos dispositivos de conexão, seus aspectos pervasivos e ubíquos difundidos em escala global tornam-se os vetores do processo de digitalização, do qual territórios, pessoas e coisas se (info)materializam. Ao fazerem parte desse contexto informacional, os povos indígenas brasileiros experimentam a complexificação das suas práticas comunicativas, primordialmente conectivas entre os seus diversos planos cosmológicos (visíveis e invisíveis). Diante desse contexto, este artigo tem como propósito descrever algumas experiências indígenas com o digital, analisando-as à luz de uma ecologia comunicativa reticular, as quais exemplificam a complexificação da atuação de humanos e não humanos no contexto do processo de digitalização, pelo qual pessoas, território e tecnologias digitais formam uma ecologia comunicativa reticular.

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Publicado

2018-12-30

Como Citar

PEREIRA, E. A ecologia digital da participação indígena brasileira. Lumina, [S. l.], v. 12, n. 3, p. 93–112, 2018. DOI: 10.34019/1981-4070.2018.v12.21572. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21572. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: A cidadania digital, o net-ativismo e o protagonismo dos não humanos: a comunidade que vem