Mídia, memória e testemunho em Argentina, 1985: relatos da ditadura no Juicio a las Juntas
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2023.v17.41887Palabras clave:
Argentina, Cinema, Memória, Política, TestemunhoResumen
Por meio dos conceitos de “mídia”, “memória” e “testemunho”, o presente trabalho realizou uma análise do filme Argentina, 1985 (2022), buscando compreender o que o Juicio a las Juntas significou para o povo argentino no ano de 1985. Deste modo, além de uma contextualização da ditadura militar vivida no país latino-americano, também assinalamos as características da transição democrática e como isso é evidenciado em significações por meio das imagens do longa-metragem. Este artigo analisa o filme como uma obra que busca exercitar a memória nacional argentina, relembrando os horrores da ditadura por meio dos relatos de testemunhos e reforçando o papel de personagens importantes, como os promotores Julio César Strassera e Luis Moreno Ocampo, responsáveis por criminalizar os militares que provocaram diversas violações de direitos humanos em uma das ditaduras mais brutais da América Latina. De um modo geral, esse contexto é promovido conforme o filme constrói as relações interpessoais dos protagonistas e cria um antagonismo entre a nova e a velha política que surgia na Argentina da década de 1980, tratando de reforçar a importância do julgamento para a atual identidade política e democrática do povo argentino.
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