Que beijo foi esse, viado? Sentidos sobre gênero e sexualidade em disputa a partir de beijos gays veiculados em telenovelas da Rede Globo
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2022.v16.33349Palabras clave:
Beijos gays, Telenovelas, Análise Crítica Cultural, Sexualidade, Rede GloboResumen
Esse artigo tem por objetivo analisar, a partir de quatro beijos específicos, quais sentidos então se mobilizam sobre gêneros e sexualidades. Ao empreendermos uma análise crítica cultural, ancorada em referenciais teóricos e políticos caros aos estudos de gênero/sexualidade/teoria queer, constatamos como, a partir dos beijos de Félix e Niko (Amor à Vida, 2013), de Luccino e Otávio (Orgulho e Paixão, 2018), de Pablo e Willian (Bom Sucesso, 2019) e de Guga e Serginho (Malhação – Toda forma de amar, 2019), constituem-se sentidos muito específicos que dizem sobre possibilidades e impossibilidades de ser e de estar no mundo enquanto gay. Um beijo que apenas é autorizado mediante redenção do vilão e estabelecimento de um relacionamento heteronormativo (Amor à Vida), um beijo e uma relação, que apenas podem acontecer em privado, uma vez que, publicamente, não haveria um casal, mas dois vizinhos (Orgulho e Paixão), um beijo que se dá no contexto do armário e mediante existência de uma relação heterossexual de fachada (Bom Sucesso) e um beijo que, ainda que em público, é repreendido sob lógica homofóbica (Malhação – Toda forma de amar) sinalizam uma série de interdições que são fundamentais de serem consideradas e que aqui são discutidas.
Descargas
Citas
BORRILLO, Daniel. Homofobia: história e crítica de um preconceito. Belo Horizonte: Autêntica, 2010
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. São Paulo: Editora Record, 2012.
COLLING, Leandro. Personagens homossexuais nas telenovelas da Rede Globo: criminosos, afetados e heterossexualizados. Revista Gênero, v. 8, n. 1, p. 207, 2007.
DE LOPES, Maria Immacolata Vassallo. Memória e identidade na telenovela brasileira. Anais do XXIII Encontro Anual da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Belém: Universidade Federal do Pará. 2014
DE LOPES, Maria Immacolata Vassallo. Telenovela brasileira: uma narrativa sobre a nação. Comunicação & Educação, n. 26, p. 17-34, 2003.
FISCHER, Rosa Maria Bueno. O dispositivo pedagógico da mídia: modos de se educar na (e pela) TV. In: Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.1, p. 151-162, jan./jun. 2002.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro, Edições Graal, 2011
HASCEMBERG, Ayrton et al. Merchandising social LGBTQIA+ na ficção seriada da globo: uma análise na telenovela Orgulho e Paixão. Anais do XXI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, 2019.
HENN, R. C. ; KOLINSKI MACHADO, F. V. . Mas... E o beijo das travestis? De Feliko e Clarina, dos sentidos produzidos em rede e de quem pode (e como pode) beijar no horário nobre. CONTEMPORANEA (UFBA. ONLINE), v. 12, p. 348-365, 2015.
HOCQUENGHEM, Guy. El deseo homosexual. Melusina, 2009.
IRIBURE, André. Homossexualidades, publicidade e disputas: um olhar desconstrucionista sobre o beijo gay em comerciais para televisão aberta. Tropos: comunicação, sociedade e cultura. v. 9, n. 2, 2020.
KELLNER, Douglas. A cultura da mídia. Bauru: EDUSC, 2001.
KOLINSKI MACHADO, F. V.. Homens que se veem : masculinidades nas revistas Junior e Mens Health Portugal. 1. ed. Ouro Preto: Editora UFOP, 2018. v. 1. 268p .
LAURETIS, Teresa de. A tecnologia do gênero. In: HOLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco. 1994, p. 206-242.
MISKOLCI, Richard. Teoria queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica: UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, 2012.
MORIN, Edgar. El cine o el hombre imaginario. Barcelona: Paidós, 2001.
NASCIMENTO, Fernanda. Bicha (nem tão) má: LGBTs em telenovelas. Editora Multifoco, 2015.
PERET, Luiz Eduardo Neves. Do armário à tela global: a representação social da homossexualidade na telenovela brasileira. 2005. 246 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Comunicação Social) – Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005
RIOS, Roger Raupp. As uniões homossexuais e a “família homoafetiva”: o direito de família como instrumento de adaptação e conservadorismo ou a possibilidade de sua transformação e inovação. Civilística a. 2. n. 2. p. 1-21, 2013.
SÁ, Simone Pereira de; CARREIRO, Rodrigo; FERRARAZ, Rogerio. Cultura pop. Salvador: EDUFBA, 2015.
SEDGWICK, Eve Kosofsky. A epistemologia do armário. In: Cadernos Pagu. Campinas: Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, p. 19-54, 2007
VANOYE, Francis; GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. 4ª Edição. 2006.
WARNER, Michael. Fear of a Queer Planet: Queer Politics and Social Theory. Minneapolis/London, University of Minnesota Press, 1991.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).