O simbolismo do vento na narrativa de Sopro

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2022.v16.31044

Palabras clave:

Documentário, Desenho Sonoro, Som Ambiente, Paisagem Sonora, Sopro

Resumen

Este artigo investiga a função narrativa do som no documentário Sopro (2013), de Marcos Pimentel, um documentário poético sobre a existência humana e os mistérios da vida e da morte. A partir da observação do cotidiano de uma família residente no Parque Estadual de Ibitipoca, em Minas Gerais, no Brasil, a obra expressa os ciclos da vida, entre dia e noite, nascimento e morte. Interessa-nos compreender de que forma determinados sons ambientes são destacados e apresentados à escuta para que, em diálogo com as imagens, criem um sentido simbólico que vai além da representação figurativa. Com base na antropologia do imaginário de Gilbert Durand (1988), nos estudos do ambiente sonoro, de Murray Schafer (2011), da escritura do sonoro, de Daniel Deshays (2006), bem como na teoria da audiovisão, de Michel Chion (2008), levantamos a hipótese de que, a partir de uma escuta reflexiva, os sons do ambiente são compostos no documentário enquanto símbolos dos ciclos da vida. Os resultados da análise mostram que, dentre os sons dos cinco elementos da natureza, o som do vento se sobressai, representando simbolicamente tanto a vida quanto a morte.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Raquel Salama Martins, Universidade Federal da Bahia

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (POSCOM/UFBA). 

José Francisco Serafim, Universidade Federal da Bahia

Professor Associado da Faculdade de Comunicação (UFBA), professor e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (PósCom/UFBA). 

Citas

AUMONT, J.; MARIE, M. A análise do filme. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2009.

CHION, M. A audiovisão: som e imagem no cinema. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2008.

DURAND, G. As Estruturas Antropológicas do Imaginário. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

DURAND, G. A imaginação simbólica. São Paulo: Cultrix: EDUSP, 1988.

DESHAYS, D. Pour une écriture du son. Paris: Klincksieck, 2006.

FLÔRES, V. O cinema, uma arte sonora. São Paulo: Annablume, 2013.

FUKS, R.; DIANA, D.; FERNANDES, M. Fogo. Disponível em: <https://www.dicionariodesimbolos.com.br/fogo/>. Acesso em: 28 jun. 2020.

INGOLD, T. Four objections to the concept of soundscape. In: INGOLD, T. Being Alive: Essays on movement, knowledge and description. Nova York: Routledge, 2011, p. 136-139.

NICHOLS, B. Introdução ao documentário. São Paulo: Papirus, 2005.

OPOLSKI, D. Introdução ao desenho de som: uma sistematização aplicada na análise do longa-metragem Ensaio sobre a cegueira. João Pessoa: Editora da UFPB, 2013.

PESSOA, F. O lugar fora do lugar: topografias sonoras do cinema documentário. 2011. 169 f. Dissertação (Mestrado em Artes) – Escola de Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011. Disponível em: <http://hdl.handle.net/1843/JSSS-95JKZ2>. Acesso em: 28 jun. 2020.

PINHEIRO, J. D. Breves considerações acerca do som no filme etnográfico. In: MAIA, G.; SERAFIM, J. (orgs.). Ouvir o documentário: vozes, música, ruídos. Salvador: EDUFBA, 2015, p. 37-57.

SCHAFER, M. A afinação do mundo. São Paulo: Editora UNESP, 2001.

SOPRO. Direção: Marcos Pimentel. Documentário. Brasil: Lume Produções Cinematográficas, 2013. DVD (73 min.), color.

Publicado

2022-04-30

Cómo citar

SALAMA MARTINS, R.; SERAFIM, J. F. O simbolismo do vento na narrativa de Sopro. Lumina, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 184–202, 2022. DOI: 10.34019/1981-4070.2022.v16.31044. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/31044. Acesso em: 21 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos