Dialogismo e aspectos metasonoros em Saneamento básico, de Jorge Furtado
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2021.v15.28634Palabras clave:
Cinema, Jorge Furtado, Trilha Sonora, Dialogismo, MetalinguagemResumen
O presente artigo objetiva realizar uma análise sobre dados da produção de sentido na obra de Jorge Furtado, desenvolvendo observações em torno da trilha sonora de Saneamento básico, o filme, longa-metragem de 2007. Nesse sentido, o estudo pretende examinar como a porção sonora da obra se destaca pelo investimento que faz em estruturas dialógicas, abrindo espaço ainda para debater a maneira como esses elementos também incorporam aspectos metalinguísticos na tessitura do filme. Saneamento básico possui aspectos multifacetados, diálogos explícitos e implícitos, além de jogos metalinguísticos amparados por dispositivos cômicos e discussões importantes acerca da própria arte em seu estatuto autorreferencial ou enquanto elemento sensibilizador, mobilizador e de congregação comunitária. Nesse contexto, o estudo deve debruçar-se ainda sobre esta duplicação que se desdobra a partir da utilização de um processo metaficcional dentro da narrativa do filme e elementos da construção do cômico. Além disso, cabe-nos examinar como o impulso criativo está entrelaçado a elementos como o conhecimento internalizado e a sensibilidade artística — latente, velada e revelada —, que é paulatinamente desenvolvida nos personagens. Dessa forma, este artigo procura observar os desdobramentos da metalinguagem e do dialogismo, examinando como esses conceitos se aplicam no filme, especialmente pela análise dos engajamentos que são construídos a partir da trilha sonora.
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