“Powders of truth” and journalism in Mato Grosso: an analysis of the FolhaMax website
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2024.v18.44227Keywords:
Press office, Journalism, Disinformation, Journalist Seated, FolhaMaxAbstract
Os métodos canônicos do Jornalismo, como pesquisa documental e entrevista, são centrais ao ofício no cumprimento do seu papel junto à sociedade e à democracia. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é demonstrar a ocorrência de “pós de verdade” (Zamith, 2019) gerados pela lógica do “jornalista sentado” (Neveu, 2006) na relação entre a produção de relises pela assessoria de comunicação do governo do estado de Mato Grosso e a veiculação de matérias sobre o referido órgão público no site jornalístico FolhaMax. Para tanto, tendo como recorte temporal da pesquisa os 31 dias do mês de janeiro de 2023, lançamos mão da análise de conteúdo (Bardin, 2002) enquanto método de investigação, em vertente qualitativa e quantitativa. A partir deste substrato metodológico, discriminamos cinco categorias analíticas, quais sejam: título; linha fina; assinatura; conteúdo (foto e texto) e crédito (autoria). Observamos uma alta incidência de reprodução dos relises, pressupondo a prática do “jornalista sentado” e do jornalismo declaratório e descontextualizado. Com isso, ao transformar o relise em conteúdo publicável, em vez de sugestão de pauta, o jornalismo, seja por escassez de recursos, precarização do trabalho, déficit técnico ou falência deontológica, compromete a cidadania e a lógica democrática.
Downloads
References
ARENDT, H. Verdade e Política. In: ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. Tradução: Mário W. Barbosa. 7.ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2022.
BUCCI, E. Existe democracia sem verdade factual? Barueri-SP: Estação das Letras e Cores, 2019.
BUCCI, E. Sobre ética e imprensa. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
CHAPARRO, M. C. Cem anos de Assessoria de Imprensa. In: DUARTE, J. Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia: teoria e técnica. São Paulo: Atlas, 2009.
DUARTE, J. Release: História, Técnica, Usos e Abusos. In: DUARTE, J. Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia: teoria e técnica. São Paulo: Atlas, 2009.
CÓDIGO de Ética dos Jornalistas Brasileiros. FENAJ, 04 ago. 2007. Disponível em: https://encr.pw/pC0Ym. Acesso em: 21 ago. 2024.
FERRARETTO, E. K. e FERRARETTO, L. A. Assessoria de imprensa: teoria e prática. São Paulo: Summus, 2009.
FIGUEIRA, J.; SANTOS, S. As fake news e a nova ordem (des)informativa na era da pós-verdade: manipulação, polarização e filter bubles. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2019.
MT se torna referência em inovações na infraestrutura e reduz desemprego. FolhaMax, 01 janeiro 2023a. Disponível em: https://encr.pw/CnrxM. Acesso em: 21 ago. 2024.
BATALHÃO de trânsito arrecadou R$ 16,1 milhões em multa em 2022. FolhaMax, 07 janeiro 2023b. Disponível em: https://l1nq.com/NI7Ho. Acesso em: 16 mar. 2024.
HASWANI, M. F. Comunicação Governamental: em busca de um alicerce teórico para a realidade brasileira. Organicom, São Paulo, Brasil, v. 3, n. 4, p. 24–39, 2006. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/138909. Acesso em: 21 ago. 2024.
HERSCOVITZ, H. G. Análise de conteúdo em Jornalismo. In: LAGO, C.; BENETTI, M. (orgs.). Metodologia de pesquisa em Jornalismo. Petrópolis-RJ: Vozes, 2007. LAGE, N. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 7.ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
MONTEIRO, G. F. A notícia institucional. In: DUARTE, J. Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia: teoria e técnica. São Paulo: Atlas, 2009.
NEVEU, E. Sociologia do Jornalismo. São Paulo: Loyola, 2006.
PEREIRA, F. H. O Jornalista Sentado e a Produção da Notícia on-line no Correio Web. Em Questão, v. 10, n. 1, p. 95–108, 2006. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/85. Acesso em: 16 mar. 2024.
PEREIRA JUNIOR, L. C. A apuração da notícia: métodos de investigação na imprensa. 3.ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2010.
RECUERO, R. Recomendações para lidar com a desinformação na mídia social em momentos de crise. O desinformante, 13 maio 2024. Disponível em: https:// desinformante.com.br/desinformacao-momentos-crise. Acesso em: 21 ago. 2024.
RODRIGUES, L. Com Mauro Mendes, MT se tornou referência em inovações na Infraestrutura, redução de desemprego e gestão fiscal. Secom MT, 01 jan. 2023. Disponível em: https://l1nk.dev/ZwLq7. Acesso em: 16 mar. 2024.
SILVA, J. M. Fake News, a novidade das velhas falsificações. In: FIGUEIRA, J.; SANTOS, S. As fake News e a nova ordem (des)informativa na era da pós-verdade: manipulação, polarização e filter bubles. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2019.
SOUZA, W. Batalhão de Trânsito arrecadou R$ 16,1 milhões em multas em 2022. Polícia Militar de Mato Grosso, 07 jan. 023. Disponível em: https://abrir.link/TuSrT. Acesso em: 16 mar. 2024.
ZAMITH, F. A comunicação política em forma de “notícias”: questões técnicas, éticas e legais. Academia, 2014. Disponível em: https://encr.pw/klGx1. Acesso em: 16 mar. 2024.
ZAMITH, F. Pós de verdade: quando o (ciber)jornalismo se contenta com pouco. In: FIGUEIRA, J.; SANTOS, S. As fake News e a nova ordem (des)informativa na erada pós-verdade: manipulação, polarização e filter bubles. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2019.
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).