Negative Campaign and Fear Strategies: the change in the 2014 presidential election

Authors

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2022.v16.31860

Keywords:

Presidential elections, Election campaigns, Election 2014, PT, PSDB

Abstract

Este artigo analisa as estratégias discursivas que colaboraram para a continuidade da polarização PT x PSDB em 2014. Partindo do pressuposto de que as propagandas televisivas contribuem para o resultado eleitoral, indagamos: como os anúncios veiculados no Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral buscaram convencer o eleitorado brasileiro de que ainda era melhor optar por PT e PSDB? A hipótese proposta é que as estratégias tentaram aproximar Dilma e Aécio do anseio de mudança presente na sociedade brasileira desde “o junho de 2013”. O corpus do estudo são os programas do HGPE noturno. A metodologia utilizada foi a da análise do discurso francesa, combinada à matriz de codificação de García Beaudoux e D’adamo (2013) para a análise de campanhas negativas. Concluímos que PT e PSDB apresentaram distintos significados de mudança, mostrando a possibilidade de uma “terceira via” como duvidosa, incerta e perigosa. Para a propaganda negativa, as legendas convergiram em uma tática de “identificação contaminante”. Relacionando a candidata Marina Silva ora com o PT, ora com o PSDB, apontaram que as siglas não eram obsoletas e que era mais seguro optar por um de seus representantes.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Joyce Miranda Leão Martins, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Doutora em Ciência Política (UFRGS). Pós-doutorado em Ciência Política (PUC/SP). Professora substituta do departamento de Sociologia da UFSCar.

Vera Chaia, PUC/SP

 Doutora em Ciência Política (USP), livre Docente pela PUC (SP).

Mércia Alves, UFSCAR

PhD in Political Science from the Federal University of São Carlos (PPGPOL / UFSCar) in research internship at the University of Salamanca, Spain. He holds a Master's Degree in Political Science and a Bachelor's Degree in Social Sciences. He received a FAPESP scholarship during his Master's and Doctorate. He is a member of the research groups Political Communication, Parties and Elections (UFSCar) and of the Center for Studies in Art, Media and Politics - NEAMP (PUC-SP). Develops research in the Political Science area, with emphasis on Political Communication, mainly in the themes: Media and Elections, Electoral Campaigns, Professionalization of Campaigns, Local Campaigns, and Research Methodology.

References

ALDÉ, A.; VASCONCELOS, F. A comunicação como variável de campanha [Entrevista com Marcus Figueiredo]. Compolítica, v. 2, n. 1, p. 119-132, 2012. DOI: <https://doi.org/10.21878/compolitica.2012.2.1.27>.

ALDÉ, A.; MENDES, G. ; FIGUEIREDO, M. Tomando partido: imprensa e eleições presidenciais em 2006. Política e Sociedade, v. 6, n. 10, p. 153-172, 2007. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/1688>. Acesso em: 20 nov. 2019.

ALMEIDA, J. Serra e a mudança: um discurso fora do lugar de fala. In: RUBIM, A. (org.). Eleições presidenciais em 2002 no Brasil. São Paulo: Hacker Editores, 2004. p.129 -141.

BARCA, A. J. Candidata-surpresa, Marina é vítima de suas próprias contradições. El País, São Paulo, 31 ago. 2014. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/31/politica/1409514676_312883.html>. Acesso em: 18 nov. 2019.

BOURDIEU, P. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

BORBA, F. Propaganda negativa nas eleições presidenciais. Opinião Pública, v. 21, n. 2, p.133-158, 2015. DOI: <https://doi.org/10.1590/1807-01912015212268>.

BRASIL. Lei 7.773, de 08 de junho de 1989. Dispõe sobre a eleição para Presidente e Vice-Presidente da República. Brasília, DF: Presidência da República, [2019]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7773.htm>. Acesso em: 18 nov. 2019.

BRASIL. Lei n. 9.504, de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleições. Brasília, DF: Presidência da República, [2019]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9504.htm>. Acesso em: 18 nov. 2019.

CAMPBELL, A.; CONVERSE, P. E.; MILLER, W. E.; STOKES, D. E. (eds.). The American Voter: an Abridgment. Nova York: Wiley, 1964.

CHAMPAGNE, P. Formar a opinião: o novo jogo político. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

CHAIA, V. Eleições no Brasil: o medo como estratégia política. In: RUBIM, A. A. C. Eleições presidenciais em 2002 no Brasil. São Paulo: Hacker, 2004, p. 29-52.

CHARAUDEAU, P. Discurso político. São Paulo: Contexto, 2008.

CRESPO, M. I. ¿Cómo cambia la comunicación política? Reflexiones y tendencias a partir de las experiencias de la América Latina. Democracias, v. 3, p. 155-184, 2015. Disponível em: <http://institutodemocracia.gob.ec/wp-content/uploads/2019/11/Revista_Democracias-Volumen_3.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2019.

DOWNS, A. Uma teoria econômica da democracia. São Paulo: EDUSP, 1999.

GARCÍA BEAUDOUX, V.; D’ ADAMO, O.; SLAVINSKY, G. Comunicación política y campañas electorales - Estrategias en elecciones presidenciales. Barcelona: Gedisa, 2007.

GARCÍA BEAUDOUX, V.; D’ADAMO, O. Propuesta de una matriz de codificación para el análisis de las campañas negativas. Opera, v. 13, n. 13, p. 7–23, 2013. Disponível em: <https://revistas.uexternado.edu.co/index.php/opera/article/view/3762>. Acesso em: 10 jun. 2019.

GOMES, W. Transformações da política na era da comunicação de massa. 2ed. São Paulo: Paulus, 2007.

LAZARSFELD, P. F.; BERELSON, B.; GAUDET, H. The people’s choice. Nova York: Columbia University Press, 1948.

LIMONGI, F.; CORTEZ, R. As eleições de 2010 e o quadro partidário. Novos Estudos CEBRAP, n. 88, p. 21- 37, 2010. DOI: <https://doi.org/10.1590/S0101-33002010000300002>.

MAINGUENEAU, D. Ethos, cenografia, incorporação. In: AMOSSY, R. (org.). Imagens de si no discurso: a construção do ethos. São Paulo: Contexto, 2005, p. 69-92.

MANIN, B. As metamorfoses do governo representativo. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 10, n. 29, p.1-17, 1995. Disponível em: <http://anpocs.com/images/stories/RBCS/rbcs29_01.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2020.

MARTINS, J. M. L. O novo jogo eleitoral brasileiro: PT e PSDB na democracia de público. Curitiba: Appris, 2019.

OLIVEIRA, L.; ALVES, M. A agenda da propaganda negativa na campanha de 2014. Teoria & Sociedade, v. 25, p. 1-26, 2017. Disponível em: <https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/5824>. Acesso em: 16 jan. 2022.

ORLANDI, E. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 10. ed. São Paulo: Pontes editores, 2012.

PETROBRAS. Pré-sal. Disponível em: <https://petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/areas-de-atuacao/exploracao-e-producao-de-petroleo-e-gas/pre-sal/>. Acesso em: 8 jun. 2020.

SARTORI, G. Partidos e sistemas partidários. Brasília: UNB, 1982.

SINGER, A. O Lulismo em crise: um quebra cabeça do período Dilma (2011-2016). São Paulo: Companhia das letras, 2018.

TELLES, H. S. Da TV ao eleitor: o sinuoso caminho dos discursos de campanha. Em Debate, v. 1, n. 2, p. 5-11, 2009. Disponível em: <https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/3126>. Acesso em: 20 nov. 2019.

TELLES, H. S.; MUNDIM, P. S. Comportamento eleitoral e comunicação política. In: TELLES, H.; LAVAREDA, A. (orgs.). Voto e estratégias de comunicação política na América latina. Curitiba: Appris, 2015a, p. 15-39.

TELLES, H. S.; MUNDIM, P. S. Movilidad cognitiva y religión: paradojas del voto a Marina Silva en las elecciones presidenciales brasileñas de 2010. Revista de Ciencia Política, v. 35, n. 3, p. 509–536, 2015b. DOI: <https://doi.org/10.4067/S0718-090X2015000300003>.

VEIGA, L. Em busca das razões para o voto: o uso que o eleitor faz da propaganda política. Contracampo, n. 7, p. 183–208, 2002. Disponível em: <https://periodicos.uff.br/contracampo/article/view/17342/10979>. Acesso em: 20 nov. 2019.

Published

2022-04-30

How to Cite

MARTINS, J. M. L.; CHAIA, V.; ALVES, M. Negative Campaign and Fear Strategies: the change in the 2014 presidential election. Lumina, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 147–166, 2022. DOI: 10.34019/1981-4070.2022.v16.31860. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/31860. Acesso em: 4 jul. 2024.

Issue

Section

Artigos