Found footage e apropriação de imagens: uma análise de Faceless

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2020.v14.30102

Palavras-chave:

Found Footage, Arquivo, Banco de Dados, Apropriação, Cinema

Resumo

Nesse artigo pretendemos analisar a apropriação e reutilização de imagens de arquivo no cinema de found footage, regime estético que tem como característica o uso de imagens pré-existentes como base de sua realização. O nosso objetivo específico é analisar o filme Faceless (Áustria, Dir. Manu Luksch, 2007, 50’). Parte de um projeto artístico homônimo, o filme é resultado da apropriação e montagem de imagens produzidas por CCTVs, câmeras de segurança de circuito fechado, espalhadas na cidade de Londres, no Reino Unido. As imagens foram adquiridas dentro dos temos da Lei de Proteção de Dados britânica de 1998, que fornece aos cidadãos o direito de acessar dados pessoais armazenados em computadores, o que inclui imagens gravadas por CCTVs. A narrativa fílmica foi desenvolvida no processo de obtenção das imagens, cuja lei impõe limites relativos à privacidade alheia no caso da sua publicação ou reutilização. De acordo com as diretivas da lei, isso pode ser feito obscurecendo o rosto dos demais indivíduos presentes na cena. Tais condições são assimiladas pelo cenário e pela narrativa fílmica, que dialoga de forma crítica com o sistema contemporâneo de crescente vigilância e visibilidade.

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Biografia do Autor

Sabrina Tenório Luna da Silva, Pesquisadora Independente

Pesquisadora independente, doutora em comunicação pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco, 2015), com bolsa da Facepe.

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Publicado

2020-08-30

Como Citar

TENÓRIO LUNA DA SILVA, S. Found footage e apropriação de imagens: uma análise de Faceless . Lumina, [S. l.], v. 14, n. 2, p. 88–101, 2020. DOI: 10.34019/1981-4070.2020.v14.30102. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/30102. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Apropriação, Inapropriação, Desapropriação