Mulheres e Covid-19: a contribuição de narrativas jornalísticas feministas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2021.v15.35629

Palavras-chave:

Jornalismo, Feminismo, Interseccionalidade, Narrativa, Covid-19

Resumo

Este trabalho busca compreender quais são e como são configurados os eixos temáticos e as estratégias comunicativas presentes na cobertura jornalística da pandemia de Covid-19 no Brasil, centrada em mulheres, bem como os campos problemáticos que emergem desta narrativa. Toma-se como ponto de partida, especialmente, a perspectiva interseccional, articulada aos estudos da narrativa jornalística. O corpus de análise está composto por 49 reportagens, centradas em experiências de mulheres e publicadas pela organização de mídia Gênero e Número — em parceria com outras organizações, na realização da cobertura Especial Covid-19, no período de março de 2020 a março de 2021.  Ao reconstituir a intriga, identificam-se cinco eixos temáticos — Desigualdades/Vulnerabilidades, Trabalho, Saúde, Maternidade e Violência contra a Mulher, que configuram a narrativa com foco em gênero e suas interseccionalidades. Todos os eixos apresentam destaque maior à categorias de raça e territorialidades, os quais revelam como o jornalismo pode colaborar com as discussões sobre tais temas. Observar uma combinação de marcadores sociais que transformam histórias individuais em coletivas, considerando a realidade de cada situação, converte-se em um ponto de transformação do jornalismo contemporâneo, uma contribuição em busca de uma mudança social e política que favoreça as mulheres, especialmente em situações de vulnerabilidade. Essa é uma das características que qualifica tais narrativas jornalísticas como feministas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Suzanne Borela, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (POSCOM/UFSM). 

Ana Carolina D. Escosteguy, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora Visitante do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM/UFRGS).

Referências

BACH, A. M. Fertilidad de las epistemologías feministas. Sapere Aude, Belo Horizonte, v. 5, n. 9, p. 38-56, 2014. Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/7176>. Acesso em: 14 nov. 2021.

COSTA, J. G. Jornalismo Feminista: estudo de caso sobre a construção da perspectiva de gênero no jornalismo. 2018. 218 f. Dissertação (Mestrado em Jornalismo) – Centro de Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193588>. Acesso em: 20 mai. 2021.

CRENSHAW, K. W. A intersecionalidade na discriminação de raça e gênero. VV.AA. Cruzamento: raça e gênero. Brasília: Unifem, 2004.

ESCOSTEGUY, A. C. Comunicação e Gênero no Brasil: discutindo a relação. Revista ECO-Pós, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, p. 130-138, 2020. DOI: <https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i3.27643>.

ESPECIAL COVID-19. Gênero e Número, 2020-2021. Disponível em: <https://www.generonumero.media/especialcovid/>. Acesso em: 14 nov. 2021.

GILL, R. S.; TOMS, K. Trending now: feminism, sexism, misogyny and postfeminism in British journalism. In: CARTER, C.; STEINER, L.; ALLAN, S. (eds). Journalism, Gender and Power. Londres: Routledge, 2019, p. 97-112.

MOTTA, L. G. Análise Crítica da Narrativa. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2013.

OLIVEIRA, V. C. A configuração da forma cultural do jornalismo independente nos territórios latino-americanos. 2021. 339f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional) – Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2021. Disponível em: <https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/3137/1/Vanessa%20Costa%20de%20Oliveira.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2021.

REGINATO, G. D. As finalidades do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2019.

SARMENTO, R. Análise de enquadramento e epistemologia feminista: discutindo implicações metodológicas. Revista Teoria & Pesquisa, v. 28, n. 3, p. 97-117, 2019. DOI: <https://doi.org/10.4322/tp.v28i3.760>.

SELISTER-GOMES, M.; QUATRIN-CASARIN, E.; DUARTE, G. O conhecimento situado e a pesquisa-ação como metodologias feministas e decoloniais: um estudo bibliométrico. Revista CS, n. 29, p. 47-72, set. 2019. DOI: <https://doi.org/10.18046/recs.i29.3186>.

Downloads

Publicado

2021-12-30

Como Citar

BORELA, S.; ESCOSTEGUY, A. C. D. . Mulheres e Covid-19: a contribuição de narrativas jornalísticas feministas. Lumina, [S. l.], v. 15, n. 3, p. 75–93, 2021. DOI: 10.34019/1981-4070.2021.v15.35629. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/35629. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

As telas da pandemia da Covid-19: desafios do Jornalismo e do Audiovisual