Currículo Girl Power: Spice Girls e a representação da(s) mulher(es)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2023.v17.34901

Palavras-chave:

Currículo cultural, Spice Girls, Cultura pop, Estudos Culturais da Educação, Gênero

Resumo

Como símbolo do feminismo popular do final da década de 1990, as Spice Girls, grupo pop feminino de maior sucesso da história, tornaram-se não apenas uma marca extremamente rentável para o aquecido mercado da música pop, mas também referência de comportamento para uma legião de fãs espalhados/as por todo o mundo, necessitados/as de referências femininas de comportamento e estilo. Percebo que um ethos foi se constituindo por meio das canções, videoclipes, performances e discursos de empoderamento feminino que marcou o acontecimento Spice Girls. Inspirado nas teorizações pós-críticas do currículo, nos estudos pós-estruturalistas de gênero e nos estudos da Comunicação, objetivo neste texto é compreender como é construída a representação da(s) mulher(es) na produção artística das Spice Girls. Para tanto, lanço o olhar para as letras de músicas dos três álbuns do grupo para efetuar uma análise cultural dos achados. A partir destes, compreendo que três lições são ensinadas pelas cantoras pop: 1) o poder e a valorização da amizade entre as mulheres como ferramentas de apoio mútuo contra os dilemas da vida; 2) a independência emocional frente aos relacionamentos amorosos, o que representa um contra-discurso aos estereótipos de fragilidade e insegurança feminina; e 3) o empoderamento sexual expresso como uma atitude de resistência aos processos de docilização dos corpos das mulheres.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alcidesio Oliveira da Silva Junior, Universidade Federal da Paraíba

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba. Integrante do Grupo de Pesquisa em Estudos Culturais e Arte/Educação (GPECAE/UFRPE) e do Ensaio – Vida, Pensamento e Escrita em Educação (UFPB).

Referências

BORTOLAZZO, S. F. O imperativo da cultura digital: entre novas tecnologias e estudos culturais. Rev. Cad. Comun., v. 20, n. 1, p. 1-24, 2016. Disponível em: <https://bit.ly/3L5UsBN>. Acesso em: 16 jul. 2021.

BUTLER, J. Regulações de gênero. Cadernos Pagu, v. 43, p. 249-274, 2014. Disponível em: <https://bit.ly/3GOKoKR> Acesso em: 15 jul. 2021.

BUTLER, J. Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade. 16. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

CORNEJO, G. Por uma pedagogia queer da amizade. Áskesis, v. 4, n. 1, p. 130-142, 2015. Disponível em: <https://bit.ly/3KHtGyj>. Acesso em: 16 jul. 2021.

COSTA, M. V. Ensinando a dividir o mundo; as perversas lições de um programa de televisão. Revista Brasileira de Educação, n. 20, p. 71-154, 2002. Disponível em: <https://bit.ly/3ULjOrR>. Acesso em: 14 jul. 2021.

DRISCOLL, C. Girl Culture, Revenge and Global Capitalism: Cybergirls, Riot Grrls, Spice Girls. Australian Feminist Studies, v. 14, n. 29, p. 173-193, 1999. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/08164649993425>.

FALCHETTO, G.; OLIVETTO, T. Amores abusivos: sob o olhar delas. Bauru: Ed. UNESP, 2017.

FOUCAULT, M. História da sexualidade I - A vontade de saber. 19. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1998.

FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, H. L.; RABINOW, P. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 231-249.

FRITZSCHE, B. Negociando o feminismo pop na cultura jovem feminina: um estudo empírico com fãs de grupos femininos. Estudos Feministas, v. 12, n. 2, p. 106-115, 2004. Disponível em: <https://bit.ly/41aikd8>. Acesso em: 14 jul. 2021.

GIROUX, H. Memória e pedagogia no maravilhoso mundo da Disney. In: SILVA, T. T. da (Orgs.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. 10. ed. Petrópolis: Vozes, p. 129-154, 2012.

HALL, S. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO: Apicuri, 2016.

JANOTTI JR., J. Mídia, cultura juvenil e rock and roll: comunidades, tribos e grupamentos urbanos. In: Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2003. Belo Horizonte. Anais INTERCOM. Belo Horizonte, 2003. Disponível em: <https://bit.ly/43Cp9py>. Acesso em: 16 jul. 2021.

JANOTTI JR., J. Cultura pop: entre o popular e a distinção. In: SÁ, S. P.; CARREIRO, R.; FERRAZ, R. (Orgs.). Cultura pop: Livro Compós 2015. Salvador: EDUFBA; Brasília: Compós, p. 45-56, 2015.

JANOTTI JR., J. S. Além do rock: a música pop como uma máquina de agenciamentos afetivos. Revista Eco-Pós, v. 19, n. 3, p. 108-123, 2016. Disponível em: <https://bit.ly/3UH6PaE>. Acesso em: 13 jul. 2021.

LOURO, G. L. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, G. L. (Orgs.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2001, p. 7-34.

MAKNAMARA, M. Quando artefatos culturais fazem-se currículo e produzem sujeitos. Reflexão e Ação, v. 27, n. 1, p. 4-18, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/3mIeLfq>. Acesso em: 12 jul. 2021.

MISKOLCI, R. Teoria queer: um aprendizado pelas diferenças. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora/Universidade Federal de Ouro Preto, 2017.

PARAÍSO, M. Pesquisas pós-críticas em educação no Brasil: esboço de um mapa. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 122, p. 283-303, 2004. Disponível em: <https://bit.ly/3L7zDpR>. Acesso em: 15 jul. 2021.

SHUKER, R. Vocabulário de música pop. São Paulo: Hedra, 1999.

SILVA, T. T. da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

SILVA, T. T. da. Currículo e identidade social: territórios contestados. In: SILVA, T. T. da (Orgs.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. 10. ed. Petrópolis: Vozes, p. 185-202, 2012.

SILVA JUNIOR, A. O. da. Entre princesas e heróis: reflexões sobre identidades e currículo. Revista Contemporânea de Educação, v. 16, n. 35, p. 84-104, 2021. Disponível em: <https://bit.ly/40fnD9R>. Acesso em: 11 jul. 2021.

SILVA JUNIOR, A. O. da. (no prelo). Girl Power! Compondo um currículo com as Spice Girls. REVEDUC – Revista Eletrônica de Educação.

SINCLAIR, D. Wannabe: how the Spice Girls reinvented pop. Londres: Omnibus Press, 2007.

SOARES, T. Abordagens teóricas para Estudos sobre Cultura Pop. Logos: Comunicação e Universidade, v. 2, n. 24, [s.p], 2014. Disponível em: <https://bit.ly/43ErD6D>. Acesso em: 11 jul. 2021.

WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, T. T. da (Orgs.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 07-72.

WORTMANN, M. L. C. O uso do termo representação na Educação em Ciências e nos Estudos Culturais. Pro-Posições, v. 12, n. 1, p.151-161, 2001. Disponível em: <https://bit.ly/3MUrxlL>. Acesso em: 16 jul. 2021.

Downloads

Publicado

2023-04-30

Como Citar

SILVA JUNIOR, A. O. da. Currículo Girl Power: Spice Girls e a representação da(s) mulher(es). Lumina, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 161–178, 2023. DOI: 10.34019/1981-4070.2023.v17.34901. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/34901. Acesso em: 23 abr. 2024.