Identidades no contemporâneo: uma reflexão a partir da narrativa audiovisual “Meia-Noite em Paris”

Autores

  • Gislene Feiten Haubrich Universidade Feevale

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2018.v12.21213

Palavras-chave:

Tempo, Espaço, Nostalgia, Meia-Noite em Paris.

Resumo

O artigo busca compreender implicações da noção de nostalgia à representação identitária dos sujeitos na contemporaneidade, tendo como base o drama da personagem Gil Pender, na narrativa audiovisual Meia-Noite em Paris (2011), de Woody Allen. Justifica-se o estudo diante da conexão entre nostalgia e devaneio ao estudo das identidades, além da relevância atribuída pelos sujeitos ao sentimento nostálgico na reconstituição de memórias que fundamentam seu viver. Nesta perspectiva, desenvolve-se uma pesquisa exploratória, de cunho bibliográfico e enfoque em análise fílmica. O referencial teórico é composto por Bachelard (1994; 1998), que orienta o entendimento acerca de tempo e de espaço, basilares à análise da ideia de nostalgia; Hall (2003; 2006) para a compreensão das noções de identidade e representação. Já as linguagens fílmicas serão estudadas a partir da elucidação de Gardies (2008) e Gaudreault e Jost (2009). Assim, o estudo percebe a nostalgia enquanto convite ao transitar pelo passado para depreender o presente. O sentimento nostálgico permite o acesso referencial aos espaços que podem orientar a construção de certezas (sempre provisórias) às vivências dos sujeitos, sendo a representação de sua identidade resultado dessa construção intelectual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gislene Feiten Haubrich, Universidade Feevale

Doutoranda e mestre em Processos e Manifestações Culturais. Graduada em Comunicação Social. Atualmente realiza pesquisa de doutorado com bolsa integral Capes.

Referências

MEIA-NOITE. Direção de Woody Allen. Original: Midnight in Paris, EUA/ESP, 2011.

BACHELARD, Gaston. A casa. Do porão ao sótão. O sentido da cabana. In: ______. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1998, pp. 23-54.

______. A Dialética da Duração. 2. ed. São Paulo: Ática, 1994.

BAKHTIN, Mikhail. Os Gêneros do Discurso. In: ______. Estética da Criação Verbal. 6. ed., p. 259-306. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2015.

BAUMAN, Zygmunt. Tempos Líquidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

BHABHA, Homi K. O Local da Cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.

FRONCKOWIAK, Ângela Cogo; RICHTER, Sandra. A poética do devaneio e da imaginação criadora em Gaston Bachelard. In:SEMINÁRIO EDUCAÇÃO, IMAGINAÇÃO E AS LINGUAGENS ARTÍSTICO-CULTURAIS, 1, Santa Catarina: Unesc, 2005.

GARDIES, René. Compreender o Cinema e as Imagens. Lisboa: Texto & Grafia, 2008.

GAUDREAULT, François; JOST, André. Cinema e Narrativa. In: GAUDREAULT, François; JOST, André. A Narrativa Cinematográfica. Brasília: UNB, 2009. p. 31-51.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

______. A Questão Multicultural. In: ______.Da Diáspora. Belo Horizonte: Editoria UFMG, 2003. p. 51-100.

LIPOVETSKY, Gilles. A Sociedade da Decepção. Barueri/SP: Manole, 2007.

______. Os Tempos Hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2005.

Downloads

Publicado

2018-04-30

Como Citar

HAUBRICH, G. F. Identidades no contemporâneo: uma reflexão a partir da narrativa audiovisual “Meia-Noite em Paris”. Lumina, [S. l.], v. 12, n. 1, p. 166–184, 2018. DOI: 10.34019/1981-4070.2018.v12.21213. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21213. Acesso em: 22 dez. 2024.