A dignidade da literatura: Adelaide Carraro e a subversão ao regime militar
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2016.v10.21186Palavras-chave:
regime militar, golpe de 1964, subversão, literatura, Adelaide CarraroResumo
O presente trabalho propõe-se a resgatar a postura crítica da escritora Adelaide Carraro, em sua forma ingênua e por vezes simplista em ler o momento histórico, porque a sua obra chegou onde a inteligentsia litero-jornalística relegou, o leitor comum, e por esse motivo singrou por reveses financeiro e existencial. As narrativas da autora transversalizam momentos e cenários do período militar esquecidos pelos signatários de uma inexistente contestação ao movimento de 1964. Adelaide Carraro incomodou o regime militar porque viveu a antítese do discurso oficialista reverberado pela maioria da imprensa daquele tempo.
Downloads
Referências
Aberto inquérito contra Adelaide Carraro no DFSP. Folha de São Paulo, São Paulo, 25 fev. 1965, 1, caderno, p. 10.
CALDAS, Waldenyr. Literatura da cultura de massa. São Paulo: Musa Editora, 2000.
Capítulos de livros serão incinerados. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. 15, 23 jun. 1965.
CARRARO, Adelaide. A mansão feita de lama. São Paulo: L. Oren, s/d.
______. A vingança do metalúrgico. São Paulo: Farmalivros, 1980.
______. De prostituta a primeira dama. São Paulo: L. Oren, 1975.
______. Escritora maldita?. 3. ed. São Paulo: L. Oren, 1982.
______. Escuridão. 3. ed. São Paulo: L. Oren, 1974.
______. Eu e o governador. 8 ed. São Paulo: Livraria Exposição do Livro, 1964.
______. Eu mataria o presidente. 2. ed. São Paulo: L. Oren, 1966.
______. Falência das elites. São Paulo: Livraria Exposição do Livro: 1965.
______. Gente (o dia em que fui presa). 3. ed. (acrescida e melhorada) São Paulo: L. Oren, 1978.
______. O comitê. 8. ed. São Paulo: L. Oren, s/d.
______. Os padres também amam. São Paulo: L. Oren, 1967.
______. Submundo da sociedade. 2. ed. São Paulo: Global Editora, 1974.
Com a Revolução, 882 pessoas fôram presas em Minas. O Globo, Rio de Janeiro, 6 jul. 1964, 1. caderno, p. 20.
CRISCUOLO, Orlando. Escritora Adelaide Carraro afirma em “Eu e o governador”: “Emprego público para uma jovem chega a custar a própria honra”. Diário da Noite, São Paulo, 2 maio 1963, 1. caderno, p. 10.
Juiz: ensinar a ler não é crime. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 1, 22 dez. 1964.
LAGO, Mário. 1º de abril: estórias para a história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.
Livro apreendido vai para a fogueira. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 28 maio 1977, caderno B, p. 6.
Mandato de segurança da Editora Civilização Brasileira com o D.F.S.P. Revista Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, n. 9 e 10, p. 291-297, set./nov./ 1966.
MARCONI, Paolo. A censura política na imprensa brasileira (1968-1978). 2. ed. São Paulo: Global Editora, 1980.
MATTOS, Sérgio. História da televisão brasileira: uma visão econômica, social e política. 2. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.
MELLO, Lucius de. Eny e o grande bordel brasileiro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
O terrorismo cultural. Revista Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, ano 1, n. 1, p. 232-297, mar. 1965.
OTERO, Maria Mercedes Dias. Censura de livros durante a ditadura militar: 1964-1978. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2003. Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em História.
QUEIROZ, Shirley de. Adelaide Carraro no mundo cão do Silvio Santos. São Paulo: Vorne Editora, s/d.
REIMÃO, Sandra. Repressão e resistência: censura a livros na ditadura militar. São Paulo: Edusp/Fapesp, 2011.
SILVA, Arlindo. A fantástica história de Silvio Santos. São Paulo: Editora do Brasil, 2002.
SILVA, Deonísio da. Nos bastidores da censura: sexualidade, literatura e repressão pós-64. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.
Documentais:
Fundo Divisão de Censura de Diversões Públicas – Seção Administração geral, Série Correspondência, Subsérie Ofícios de solicitação – Arquivo Nacional:
1) Escuridão – Adelaide Carraro – caixa nova 906/caixa antiga 20;
2) Eu e o governador – Adelaide Carraro – caixa nova 907/caixa antiga 21;
3) O comitê – Adelaide Carraro – caixa nova 908/caixa antiga 22;
4) Os padres também amam – Adelaide Carraro – caixa nova 902/caixa antiga 16.
5) 099 – Ofício n. 515/77, referente ao livro “Submundo da Sociedade” de Adelaide Carraro, Brasília, 14/10/1977.
6) 100 – Ofício n. 519/77, referente ao livro “De Prostituta à Primeira Dama”, de Adelaide Carraro, Brasília, 17/10/1977.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).