Dossiê - “A visualização da música”: performances, produções e recirculações contemporâneas

2025-06-16

A revista Lumina convida os autores a enviarem artigos para o dossiê “A visualização da música”. A submissão fica aberta até o dia 04/08, e publicação do dossiê será realizada no dia 30/12/2025.

Editores convidados

Jhonatan Mata (PPGCom UFJF- Brasil)

Nilson Assunção (UFJF- Brasil)

Heloísa de A. Duarte Valente (Universidade Paulista - UNIP, Brasil)

José Luís Fernández (UBA-UNTREF-UNLZ)

 

A recente- e ainda pulsante- aclamação mundial do filme “Ainda estou aqui” (2024) sinaliza questões que ultrapassam o legítimo frisson por  seus mais de 90 prêmios e indicações, incluindo a primeira estatueta do Oscar para o Brasil, na categoria  filme Internacional.  No drama biográfico dirigido por Walter Salles, a função do som- e da música em particular- é basilar. E oscila entre as instâncias do acusmático e da performance (Zumthor, 2014), sobretudo  quando as canções dialogam diretamente com as falas dos personagens.E nos instiga, na proposição desse novo dossiê da Revista Lumina, a pensar nos deslocamentos da música de um cenário de autossuficiência calcado em sua pura dimensão acústica para outro- de complementaridade e mesmo equivalência com as imagens. Levando em consideração que a ideia de “música pura” é bastante recente na cultura humana e tributária da intervenção de Beethoven e seu modelo de sonata na despedida do século XVIII, essa edição especial prioriza propostas de trabalho que reconheçam o oposto: a força das palavras, dos gestos, dos acompanhamentos visuais (cenários, coreografia,artes gráficas), da performance teatral, das referências narrativas ou figurativas nas relações entre audiovisualidades e música.

Dentre as muitas possibilidades de estudos, destacamos os novos ângulos que o cinema e a televisão têm para encarar a “questão musical”, as faixas musicais que deram origem a obras audiovisuais, de Veludo Azul (David Linch,1986) à Saudosa Maloca (Pedro Serrano, 2024), a popularização e diversificação de cine/videobiografias musicais, a relevância das trilhas para a “visualização” de formatos como séries, novelas e documentários.  Numa perspectiva da arquitetura, sugerimos também artigos que tratem da relação da música com o espaço para o qual foi (ou não) concebida e que contraponham a noções de música portátil em seus diálogos com a música concebida para momentos e lugares específicos. Interessam-nos, ainda, as reconfigurações do videoclipe na era do streaming (GARRET, 2020), em suas dimensões estéticas (SOARES, 2013), de consumo, circulação e participação do público. No âmbito das artes e do design gráfico, publicações impressas e desenvolvimento de encartes para mídias físicas- com destaque para o vinil, são exemplos de objetos de estudos que revigoram uma indústria impulsionada por fatores como o apelo nostálgico e experiências ritualísticas de materialidade e fetichismo com a música.

 

Temas de interesse

  • A visualização da música em sentido amplo: reconfigurações estéticas, éticas e de narrativas considerando os diversos suportes, mídias e telas.
  • Novos gêneros e formatos audiovisuais/sonoros e as relações entre imagem e som nesses espaços.
  • Memes, fandoms e influencers: ativismo musical e plataformização da música a partir de múltiplas telas.                                                                                                                                                    
  • Tensões e diálogos entre audiovisualidades e música no âmbito da inteligência artificial.
  • Difusão e consumo de música e audiovisual num cenário de autocomunicação de massa.
  • Proposições teórico-metodológicas acerca do tema em pauta.
  • Estudos interdisciplinares envolvendo marketing, cenografia, artes cênicas, visuais e plásticas, design, arquitetura e suas conexões com imagem e som.
  • Coberturas audiovisuais de eventos e megaeventos musicais.
  • A “questão musical” e suas abordagens no cinema e na televisão.
  • Confluências e distinções entre áudio e música no streaming.
  • O videoclipe contemporâneo: discursos e narrativas que privilegiam a visualização da música.
  • Questões políticas e sociais envolvendo áudio/música e vídeo.
  • Produções amadoras e profissionais num cenário de convergência e recirculações de imagem e som (redes sociais, engajamento, participação e fluência midiática).
  • Relações entre jornalismo e música a partir da imagem.

 

Datas Importantes
Lançamento e chamada - de 17/06 a 04/08

Envio para pareceristas: desde os primeiros recebimentos até 07/08

retorno pareceristas: até 27/09

Revisão: 27/09 a 15/12

Publicação: 30/12/2025