Transtemporalidade e o Anacronismo das imagens: Uma leitura possível da obra Imperatriz Antropófaga, de Fernando Lindote

Resumen

Ancorado no conceito de anacronismo das imagens de George Didi-Huberman e nas contribuições sobre experiências temporais de Reinhart Koselleck, este artigo pretende investigar como a obra de arte, intitulada, A Imperatriz Antropófaga do artista Fernando Lindote, carrega marcas da colonização, da resistência dos povos colonizados e temporalidades antigas. Com isso, busca-se compreender como essa obra e seu autor dialogam com a complexidade cultural latino-americana e brasileira, revelando contradições, continuidades e resistências associadas ao colonialismo e espaços de experiências de longa duração e tradição, inclusive, de outros espaços geográficos, como dos colonizadores (Península Ibérica, Europa e/ou Mediterrâneo). A obra de Lindote pode ser lida como o resultado e espaço onde ressoam influências globais e locais, oferecendo novos olhares sobre as interseções entre tradições culturais, relações de poder e processos históricos, evidenciando permanências e rupturas presentes no contexto brasileiro.