Publicado 2020-09-10
Palavras-chave
- National Branding,
- Geopolítica,
- Louvre,
- Património,
- Controvérsias
Como Citar
Resumo
Este artigo enfoca a internacionalização do Louvre desde os anos 2000. Uma bandeira da cultura francesa, é, juntamente com o Museu Britânico em Londres, o museu universal de referência. O Estado francês, através de sucessivos governos, tem mobilizado o Louvre, ou seja, a instituição, como intermediário em acordos internacionais. Este museu e instituição cultural passa então a ser um verdadeiro protagonista nas relações internacionais. Assim, o objetivo de nossas observações é analisar as questões e controvérsias em torno da estreita relação entre o Louvre e o Estado francês. O Louvre, um renomado museu e patrimônio francês, é hoje multiespacial. Este modelo volta em parte a um pedido do governo francês para aperfeiçoar a interação da influência internacional. A internacionalização do Louvre é assim entendida não como a reputação do Louvre em nível internacional, mas como a utilização desse patrimônio em estratégias políticas internacionais. Ao abordarmos este caso nas relações internacionais francesas, podemos, antes de tudo, questionar os desafios da transição do patrimônio para o Nacional Branding. Em outras palavras, entender como, na literatura contemporânea, o patrimônio se transforma não apenas como um instrumento para refazer o passado de uma sociedade, mas também como ele se torna um emblema que pode ser mobilizado pelos Estados para reivindicar uma forma de legitimacy de outros Estados. O método, que é essencialmente baseado em entrevistas realizadas no âmbito de um destes, visa responder a duas perguntas. O que a desterritorialização de um patrimônio nacional como o Louvre produz nas relações internacionais em nível do Louvre, a cidade de Abu Dhabi e nas relações entre a França e os Emirados Árabes Unidos, então o impacto que o Louvre Abu Dhabi pode ter em nível local e regional.
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