DTM e dor orofacial: perspectivas curriculares das faculdades de Odontologia do Sudeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2020.v46.30348Palavras-chave:
Educação em Odontologia;, Dor Orofacial, Articulação Temporomandibular, CurrículoResumo
Introdução: A dor orofacial (DO) e as disfunções temporomandibulares (DTM) apresentam alta prevalência na população, sendo causa de grande sofrimento para os pacientes. Para formar clínicos gerais aptos em reconhecerem e tratarem tais distúrbios é necessário que as Instituições de Ensino Superior (IES) ofertem este conteúdo de forma satisfatória durante a graduação. Objetivo: Identificar e quantificar a presença da disciplina de DTM e DO nas grades curriculares dos cursos de graduação em Odontologia, bem como características curriculares da disciplina quando presente. Material e Métodos: A amostra da pesquisa constitui-se de todas as faculdades de Odontologia do Sudeste brasileiro em funcionamento no mês de março de 2019, que estavam com cursos ativos e credenciados no portal e-MEC do Ministério da Educação do Brasil, e que disponibilizaram acesso a matriz curricular por meio de ferramentas online (website oficial ou e-mail). Os dados foram analisados no programa GraphPad Prism 5.0. Resultados: Das 176 IES da região Sudeste, 144 (81,8%) foram incluídas no estudo por preencherem os critérios de inclusão. Destas, apenas 36% apresentam disciplinas relacionadas à DTM e DO em suas matrizes curriculares, sendo mais ofertada em IES públicas (52,6%) do que privadas (33,6%), para p=0,1275. A respeito da natureza da disciplina, é predominantemente obrigatória nas IES privadas, e não obrigatória nas IES públicas (p=0,0073). Como aspecto positivo, foi observado que em relação ao tipo de conteúdo abordado, disciplinas teórico-práticas são abordadas na maioria das instituições (59,37%). A carga horária (CH) média da disciplina é de 58,98h (DP=20,37), sendo maior nas IES públicas. Conclusão: Nossos resultados demostram que a maioria dos cursos de Odontologia do Sudeste brasileiro (63,8%) não oferecem disciplinas de DTM e DO, especialmente IES privadas.
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