Perfil microbiológico dos pacientes submetidos à cultura de vigilância ativa em um hospital universitário da Região Sudeste de Minas Gerais

Autores

  • Maria Consolação Magalhães Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora - EBSERH https://orcid.org/0000-0002-1480-7046
  • Renata Fiuza Cruz Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais.
  • Gabriela Matheus Messias Silva Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais.

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2018.v44.16951

Palavras-chave:

Vigilância, Controle de Infecção, Infecção Hospitalar

Resumo

Objetivo: Identificar o perfil microbiológico dos pacientes submetidos à cultura de vigilância ativa. Material e métodos: Estudo de prevalência realizado em um hospital universitário da Região Sudeste de Minas Gerais no período de março a dezembro de 2018, com os pacientes elegíveis pelos critérios pré-estabelecidos pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da referida unidade, submetidos à cultura de vigilância por meio de swab retal e nasal. Os critérios definidos foram: pacientes transferidos de outra instituição com permanência maior que 96 horas; pacientes transferidos de outra instituição com internação mínima de 48 horas e submetidos a algum dispositivo invasivo; realização de terapia renal substitutiva; passagem por Unidade de Terapia Intensiva (nos últimos 90 dias com permanência mínima de 72h;internação prévia nos últimos 90 dias com permanência mínima de 30 dias. O banco de dados foi estruturado e analisado por meio do Excel e as análises estatísticas pelo MedCalc. Resultados: Foram identificados 591 pacientes que atendiam aos critérios para a realização da cultura de vigilância, destes 25,4% foram positivos. Os critérios mais frequentes para realização de cultura foram: pacientes transferidos de outra instituição com permanência maior que 96 horas e pacientes com passagem por unidade de terapia intensiva nos últimos 90 dias com permanência mínima de 72h. Os Principais microrganismos identificados foram: Staphylococcus aureus resistente à o meticilina, Klebsiellapneumoniae e Acinetobacter baumannii resistentes à carbapenêmicos com 38,3%, 31,2% e 25,3%, respectivamente. Conclusão: A cultura de vigilância ativa contribuiu para a detecção precoce de microrganismos resistentes, permitindo a prevenção precoce, favorecendo a redução da disseminação cruzada. O banco de dados com resultados das culturas de vigilância é uma estratégia importante, pois caso ocorra reinternações desses pacientes, as equipes de controle de infecção e assistencial podem identificar aqueles já infectados/colonizados e instaurar as medidas de controle na admissão dos mesmos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Consolação Magalhães, Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora - EBSERH

Enfermeira do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente

Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Investigação e controle de bactérias multirresistentes. Brasília: Anvisa, 2007.

ALTOPARLAK, U. et al. Incidence and risk factors of vancomycin-resistant enterococcus colonization in burn unit patients. Burns: Journal of the International Society for Burn Injuries, v. 37, n. 1, p. 49-53, feb. 2011.

ÁLVAREZ LERMA, F. et al. Optimization of pre-emptive isolations in a polyvalent ICU through implementation of an intervention strategy. Medicina Intensiva, v. 39, n. 9, p. 543-551, dec. 2015.

BATISTÃO, D. W. F. et al. Risk factors for vancomycin-resistant enterococci colonisation in critically ill patients. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 107, n. 1, p. 57-63, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 2.616, de 12 de maio de 1998. Expede na forma dos anexos I, II, III, IV, V diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares tais como: herpes simples, toxoplasmose, rubeola, citomegalovirose, sífilis, AIDS. Diário Oficial da União, Brasília, 13 maio 1998. Seção 1, p. 133.

CATANEO, C et al. Evaluation of the sensitivity and specificity of criteria for isolation of patients admitted to a specialized cancer hospital. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 19, n. 5, p. 1072-1079, 2011.

CURSINO, M. A. et al. Performance of surveillance cultures at different body sites to identify asymptomatic staphylococcus aureus carriers. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v. 74, n. 4, p. 343-348, dec. 2012.

DALBEN, M. F. et al. Swab cultures across three different body sites among carriers of carbapenem-resistant p. aeruginosa and acinetobacter species: a poor surveillance strategy. The Journal of Hospital Infection, v. 74, n. 4, p. 395-396, apr. 2010.

FIGUEIREDO, D. A. F. Fatores de risco associados à infecção hospitalar em uma unidade de terapia intensiva. 2012. 101 f. Dissertação (Mestrado em Modelos de Decisão e Saúde) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012.

FURUNO, J. P. et al. Identifying groups at high risk for carriage of antibiotic-resistant bacteria. Archives of Internal Medicine, v. 166, n. 5, p. 580-585, mar. 2006.

HAYAKAWA, K. et al. Comparison of the clinical characteristics and outcomes associated with vancomycin-resistant Enterococcus Faecalis and Vancomycin-Resistant E. Faecium Bacteremia. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 56, n. 5, p. 2452-2458, may. 2012.

HUANG, S. S. et al. Impact of routine intensive care unit surveillance cultures and resultant barrier precautions on hospital-wide methicillin-resistant staphylococcus aureus bacteremia. Clinical Infectious Diseases, v. 43, n. 8, p. 971-978, oct. 2006.

KOŁPA, M. et al. Incidence, microbiological profile and risk factors of healthcare-associated infections in intensive care units: a 10 year observation in a provincial hospital in Southern Poland. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 15, n. 1, jan. 2018.

LACHHAB, Z. et al. Bacteraemia in intensive care unit: clinical, bacteriological, and prognostic prospective study. Canadian Journal of Infectious Diseases and Medical Microbiology, v. 2017, p. 1-9, mar. 2017.

MARSHALL, C.; RICHARDS, M.; MCBRYDE, E. Do active surveillance and contact precautions reduce MRSA acquisition? A prospective interrupted time series. PloS One, v. 8, n. 3, p. e58112, mar. 2013.

MARTINS, A. F. et al. Controle e monitoramento de microrganismos multirresistentes. Porto Alegre: Procempa, 2014. Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/cgvs/usu_doc/controle_e_monitoramento_de_microrganismos_multirresistentes.pdf. Acesso em: 14 jan. 2019.

MONTECALVO, M. A. et al. Costs and savings associated with infection control measures that reduced transmission of vancomycin-resistant enterococci in an endemic setting. Infection Control and Hospital Epidemiology, v. 22, n. 7, p. 437-442, jul. 2001.

MORAES, G. M. et al. Infecção ou colonização por micro-organismos resistentes: identificação de preditores. Acta Paulista de Enfermagem, v. 26, n. 2, p. 185-191, 2013.

MORGAN, D. J. et al. Improving efficiency in active surveillance for methicillin-resistant staphylococcus aureus or vancomycin-resistant enterococcus at hospital admission. Infection Control and Hospital Epidemiology, v. 31, n. 12, p. 1230-1235, dec. 2010.

MUTO, C. A. et al. Cost-effectiveness of perirectal surveillance cultures for controlling vancomycin-resistant enterococcus. Infection Control and Hospital Epidemiology, v. 23, n. 8, p. 429-435, aug. 2002.

NOGUEIRA, P. S. F. et al. Perfil da infecção hospitalar em um hospital universitário. Revista de Enfermagem da UERJ, v. 17, n. 1, p. 96-101, mar. 2009.

OLIVEIRA, A. C.; KOVNER, C. T.; SILVA, R. S. Infecção hospitalar em unidade de tratamento intensivo de um hospital universitário brasileiro. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 18, n. 2, p. 97-104, 2010.

PAIM, R. S. P.; LORENZINI, E. Estratégias de prevenção da resistência bacteriana. Revista Cuidarte, v. 5, n. 2, p. 757-764, 2014.

REVIEW ON ANTIMICROBIAL RESISTANCE. Antimicrobial Resistance: Tackling a Crisis for the Health and Wealth of Nations. 2014. Disponível em: https://amr-review.org/sites/default/files/AMR%20Review%20Paper%20-%20Tackling%20a%20crisis%20for%20the%20health%20and%20wealth%20of%20nations_1.pdf. Acesso em 4 fev. 2019.

RODRÍGUEZ-BAÑO, J. et al. Community infections caused by extended-spectrum beta-lactamase-producing escherichia coli. Archives of Internal Medicine, v. 168, n. 17, p. 1897-1902, 2008.

SANTAYANA, E. M. et al. Risk factors and outcomes associated with vancomycin-resistant enterococcus infections with reduced susceptibilities to linezolid. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v. 74, n. 1, p. 39-42, sep. 2012.

SANTOS, K. R. N.; FONSECA, L. S.; GONTIJO FILHO, P. P. Emergence of high-level mupirocin resistance in methicillin-resistant staphylococcus aureus isolated from Brazilian University Hospitals. Infection Control and Hospital Epidemiology, v. 17, n. 12, p. 813-816, dec. 1996.

SHADEL, B. N. et al. Surveillance for vancomycin-resistant enterococci: type, rates, costs, and implications. Infection Control and Hospital Epidemiology, v. 27, n. 10, p. 1068-1075, oct. 2006.

Downloads

Publicado

2019-06-21

Como Citar

1.
Magalhães MC, Cruz RF, Silva GMM. Perfil microbiológico dos pacientes submetidos à cultura de vigilância ativa em um hospital universitário da Região Sudeste de Minas Gerais. HU Rev [Internet]. 21º de junho de 2019 [citado 29º de março de 2024];44(3):361-7. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/16951