Avaliação do conhecimento de dentistas de um município de Minas Gerais sobre o atendimento de pacientes com doença renal crônica
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2023.v49.39974Palavras-chave:
Insuficiência Renal Crônica, Assistência Odontológica, Pesquisa em OdontologiaResumo
Introdução: Pacientes com doença renal crônica (DRC) apresentam uma maior suscetibilidade a infecções e sangramentos e podem manifestar variadas alterações bucais. Por isso, é essencial que o cirurgião-dentista possua os conhecimentos necessários para adequar suas condutas às particularidades apresentadas por esses pacientes. Objetivo: Avaliar, por meio da aplicação de um questionário, os conhecimentos e as condutas dos cirurgiões-dentistas atuantes no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, ao prestarem atendimento a pacientes com DRC em hemodiálise. Material e Métodos: Estudo com abordagem quantitativa, de caráter observacional, transversal e analítico, realizado com 100 cirurgiões-dentistas atuantes no município de Juiz de Fora no período de abril a setembro de 2022. Resultados: 100 dentistas compuseram a amostra. Destes, 37% não se sentiriam confortáveis para realizarem procedimentos odontológicos invasivos em pacientes renais crônicos (PRC) em hemodiálise e 87% solicitariam algum exame laboratorial complementar previamente à realização desses procedimentos; 83% consideram importante o contato com o nefrologista do paciente para a obtenção de informações detalhadas acerca de sua condição sistêmica e aplicam isso em sua rotina clínica; 56% identificaram de forma correta as alterações bucais mais comumente encontradas em indivíduos com DRC em hemodiálise; 77% prescreveriam profilaxia antibiótica para PRC em hemodiálise diante de procedimentos invasivos, enquanto 22% prescreveriam para procedimentos não invasivos. Conclusão: A maioria dos cirurgiões-dentistas prescreve erroneamente a profilaxia antibiótica para PRC, o que demonstra desconhecimento do protocolo atual de emprego dessa terapia. Além disso, uma parcela dos profissionais se sente insegura ao atender esses pacientes. Portanto, evidencia-se a defasagem existente no conhecimento dos cirurgiões-dentistas quanto ao atendimento de pacientes com DRC, destacando-se a necessidade de dar maior enfoque a esse tema nas universidades e programas de pós-graduação, a fim de formar profissionais melhor capacitados para o atendimento dessa parcela da população.
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