Reação do complexo dentinopulpar aos cimentos utilizados na Odontologia Restauradora: Revisão de literatura
Palavras-chave:
Polpa dentária, Materiais Dentários, Materiais biocompatíveis, toxicidadeResumo
Esta revisão de literatura abordou a reação do complexo dentinopulpar aos cimentos utilizados na odontologia restauradora. Utilizou-se as bases de dados Pubmed, Scielo e Bireme. Os cimentos podem ser tóxicos às células pulpares: o cimento de fosfato de zinco é irritante, porém o seu efeito tóxico diminui com o tempo; para o cimento de óxido de zinco e eugenol, quanto maior a liberação do eugenol, maior a sua citotoxicidade; em cavidades rasas e médias, os cimentos de policarboxilato de zinco e de ionômero de vidro anidro são biocompatíveis. A liberação dos monômeros resinosos confere uma citotoxicidade aos cimentos de ionômero de vidro modificado por resina composta e resinoso; o cimento de hidróxido de cálcio permite a formação de dentina terciária e deve ser aplicado em cavidades profundas antes de qualquer outro material. Concluiu-se que as substâncias químicas dos cimentos utilizados na odontologia restauradora podem ser altamente tóxicas às células pulpares, além disto, a polpa dental possui mecanismos reparadores que controlam a severidade e as consequências da resposta inflamatória; os cimentos devem interagir com o CDP evitando as injúrias e reparando as já sofridas e tal interação é influenciada pelas suas composições químicas, pelos seus componentes absorvidos e degradados, além da maneira que este complexo responde a eles.
Downloads
Referências
BAKOPOULOU, A. et al. Genotoxic and citotoxic effects of different types of dental cement on normal cultured human lymphocytes. Mutation Research, Amsterdam, v. 672, p. 103-112, 2009.
BAKOPOULOU, A.; PAPADOPOULOS, T.; GAREFIS, P. Molecular toxicology of substances released from resin-based dental restorative materials. International Journal of Molecular Sciences, Basel, v. 10, n. 9, p. 3861-3899, Sept. 2009.
BOAVENTURA, J. M. C. et al. Importância da biocompatibilidade de novos materiais: revisão para o cimento de ionômero de vidro. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 42-50, jan./abr. 2012.
BRÄNNSTRÖM, M.; NYBORG H. Pulp reaction to a temporary zinc oxide/eugenol cement. Journal of Prosthetic Dentistry, St. Louis, v. 35, n. 2, p. 185-191, feb. 1976.
BROWNE, R. M. et al. An in vitro study of zinc in dentine beneath cavities filled with two dental cements. Biomaterials, Austin, v. 6, p. 41-44, jan. 1985.
CAVIEDES-BUCHELI, J. et al. The effect of glass ionomer and adhesive cements on substance P expression in human dental pulp. Medicina Oral Patología Oral y Cirurgía Bucal, Valencia, v. 10.4317, n. 19111, 2013.
COOPER, P. R. et al. Inflammation-regeneration interplay in the dentine-pulp complex. Journal of Dentistry, Birmingham, v. 38, p. 687-697, 2010.
COSTA, C. A. S.; HEBLING, J.; RANDALL, R. C. Human pulp response to resin cements used to bond inlay restorations. Dental Materials, Copenhagen, v. 22, p. 954-962, 2006.
ESTRELA, C. et al. Mechanism of action of calcium and hydroxyl ions of calcium hydroxide on tissue and bacteria. Brazilian Dental Journal, Ribeirão Preto, v. 6, n. 2, p.85-90, 1995.
FERRACANE, J. L.; COOPER, P. R.; SMITH, A. J. Can interaction of materials with the dentin-pulp complex contribute to dentin regeneration? Odontology, Tokyo, v. 98, p. 2-14, 2010.
FORD, T. R. P. Pulpal response to a calcium hydroxide material for capping exposures. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathol, St. Louis, v. 59, p. 194-197, 1985.
FREIRES, I. A.; CAVALCANTI, Y. W. Proteção do CDP: Indicações, técnicas e materiais para uma boa prática clínica. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, Vitória, v. 13, n. 4, p. 69-80, 2011.
GEURTSEN, W. Biocompatibility of resin-modified filling materials. Critical Reviews in Oral Biology & Medicine, Boca Raton, v. 11, n. 3, p. 333-355, 2000.
GIRO, E. M. A.; IOST, H. I.; LIA, R. C. C. Análise histopatológica comparativa em polpa de dentes de cães, após pulpotomia e utilização de pastas a base de hidróxido de cálcio em diferentes veículos. Revista de Odontologia da UNESP, Araraquara, v. 23, n. 2, p. 191-201, 1994.
GOLDBERG, M. et al. Inflammatory and immunological aspects of dental pulp repair. Pharmaceutical Research, New York, v. 58, p. 137-147, 2008.a
GOLDBERG, M. In vitro and in vivo studies on the toxicity of dental resin components: a review. Clinical Oral Investigations, Montrouge, v. 12, p. 1-8, 2008.b
GUPTA, S. K. et al. Release and toxicity of dental resin composite. Toxicology International, Bareilly, v. 19, n. 3, p. 225-234, set./dez. 2012.
HANIASTUTI, T. Potential role of odontoblasts in the innate immune response of the dental pulp. Dental Journal (Maj. Ked. Gigi), Mumbai, v. 41, n. 3, p. 142-146, set. 2008.
HEBLING, J.; RIBEIRO, A. P. D.; COSTA, C. A. S. Relação entre materiais dentários e o complexo dentino-pulpar. Revista Odontológica do Brasil Central, Goiania, v. 18, n. 48, p. 1-9, 2010.
HEYERAAS, K. J.; SVEEN, O. B.; MJӦR, I. A. Pulp-dentin biology in restorative dentistry. Part 3: Pulpal inflammation and its sequelae. Qintessence International, Berlin, v. 32, p. 611-625, 2001.
JENDRESEN, M. D.; TROWBRIDGE, H. O. Biologic and physical properties of a zinc polycarboxylate cement. Journal of Prosthetic Dentistry, St. Louis, v. 28, n. 3, p. 264-271, set. 1972.
JONTELL, M. et al. Immune defense mechanisms of the dental pulp. Critical Reviews in Oral Biology & Medicine, Boca Raton, v. 9, n. 2, p. 179-200, 1998.
KANJEVAC, T. et al. Cytotoxic effects of glass ionomer cements on human dental pulp stem cells correlate with fluoride release. Medicinal Chemistry, Los Angeles, v. 8, n. 1, p. 40-45, 2012.
KIRK, E. E. J.; LIM, K. C.; KHAN, M. O. G. A comparison of dentinogenesis on pulp capping with calcium hydroxide in paste and cement form. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology, Dunedin, v. 68, n. 2, p. 210-218, ago. 1989.
KONG, N. et al. Cytotoxicity of polymerized resin cements on human dental pulp cells in vitro. Dental Materials, Copenhagen, v. 25, p. 1371-1375, 2009.
KRIFKA, S. et al. A review of adaptive mechanisms in cell responses towards oxidative stress caused by dental resin monomers. Biomaterials, Austin, v. 34, p. 4555-4563, 2013.
LERVIK, T. The effect of zinc phosphate and carboxylate cements on the healing of experimentally induced pulpitis. Oral Surgery, Chicago, v. 45, n. 1. p. 123-130, jan. 1978.
MARKOWITZ, K. et al. Biologic properties of eugenol and zinc oxide-eugenol. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology, St. louis, v. 73, n. 6, p. 729-737, 1992.
MERYON, S. D.; JONHSON, S. G. The relationship between eugenol release and the in vitro cytotoxicity of several dental materials. Clinical Materials, London, v. 3, p. 25-31, 1988.
MJÖR, I. A. Dentin Permeability: The basis for understanting pulp reactions and adhesive technology. Brazilian Dental Journal, Ribeirão Preto, v. 20, n. 1, p. 3-16, 2009.
MODENA, K. C. S. et al. Citotoxicity and biocompatibility of direct and indirect pulp capping materials. Journal Applied Oral Science, Bauru, v. 17, n. 6, p. 544-554, maio 2009.
MOUSAVINASAB, S. M. Biocompatibility of composite resins. Dental Research Journal (Isfahan), Isfahan, v. 8, no. Suppl 1, p. S21-S29, dez. 2011.
NICHOLSON, J. W.; CZARNECKA, B. The biocompatibility of resin-modified glass-ionomer cements for dentistry. Dental Materials, Copenhagen, v. 24, p. 1702-1708, 2008.
PLANT, C. G. et al. Toxicity testing of inlay cements. Clinical Materials, London, v. 1, p. 291-301, 1986.
SAHABI, M. et al. Citotoxicity comparison of Harvard zinc phosphate cement versus Panavia F2 and Rely X Plus resin cements on rat L929-fibroblasts. Cell Journal, Tehran, v. 13, n. 3, p. 163-168, 2011.
SANGWAN, P. et al. Tertiary dentinogenesis with calcium hydroxide: A review of proposed mechanisms. International Endodontic Journal, Oxford, v. 46, p. 3-19, 2013.
SEEBURRUN, R. How might operative dentistry be a threat to the pulp? Trinity Student Medical Journal, Dublin, v. 5, p. 50-54, 2004.
SELTZER, S.; BENDER, I. B.; ZIONTZ, M. The dynamics of pulp inflammation: correlations between diagnostic data and actual histologic findings in the pulp. Oral Surgery Oral Medicine Oral Pathology, St. Louis, v. 16, n. 8, p. 969-977, Aug. 1963.
SHEN, C. Cimentos odontológicos. In: ANUSAVICE, K. J. Phillips, materiais dentários. 11ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 419-469.
SHERWOOD, E. R.; TOLIVER-KINSKY, T. Mechanisms of the inflammatory response. Best Practice & Research Clinical Anaesthesiology, Amsterdam, v. 18, n. 3, p. 385-405, 2004.
SMITH, A. J. et al. Reactionary dentinogenesis. International Journal of Developmental Biology, Vizcaya, v. 39, p. 273-280, 1995.
STANLEY, H. R.; LUNDY, T. Dycal therapy for pulp exposures. Oral Surgery, Chicago, v. 34, n. 5, p. 818-827, nov. 1972.
TJÄDERHANE, L.; HAAPASALO, M. The dentin-pulp border: a dynamic interface between hard and soft tissues. Endodontic Topics, Oxford, v. 20, p. 52-84, 2012.
TRONSTAD, L.; MJÖR, A. Pulp reactions to calcium hydroxide-containing materials. Oral Surgery, Chicago, v. 33, n. 6, p. 961-965, Jun. 1972.
WATAHA, J. C. Predicting clinical biological responses to dental materials. Dental Materials, Copenhagen, v. 28, p. 23-40, 2012.
YU, C.; ABBOTT, P.V. An overview of the dental pulp: its functions and responses to injury. Australian Dental Journal Endodontic Supplement, Sidney, v. 52, n. 1, p. S4-S16, 2007.
Downloads
Arquivos adicionais
- Folha de rosto
- Reação do complexo dentinopulpar aos cimentos utilizados na odontologia restauradora: revisão de literatura reformulado e corrigido
- Artigo
- folha de rosto
- Reação do complexo dentinopulpar aos cimentos utilizados na odontologia restauradora: revisão de literatura
- CARTA RESPOSTA AOS AVALIADORES
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Cessão de Primeira Publicação à HU Revista
Os autores mantém todos os direitos autorais sobre a publicação, sem restrições, e concedem à HU Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento irrestrito do trabalho, com reconhecimento da autoria e crédito pela citação de publicação inicial nesta revista, referenciando inclusive seu DOI.