DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO NA AMAZÔNIA
uma abordagem a partir de Altamira - Pará entre 1992 - 2024
DOI:
https://doi.org/10.34019/2236-837X.2025.v15.44559Resumo
Na Amazônia os espaços urbanos ainda carecem de melhor estrutura de tratamento dos efluentes domiciliares, tendo em vista na maioria das cidades não possuir rede de tratamento de esgoto, sendo despejado nos corpos hídricos. Diante disso, objetiva-se nesse trabalho correlacionar as doenças de veiculação hídrica com a estrutura de saneamento básico no município de Altamira-Pará, durante e após a construção da UHE Belo Monte. Para tanto, foram coletados dados da plataforma DATASUS dos anos 1992 a 2024, para as doenças de veiculação hídrica como Cólera, Febre Tifoide e Paratifoide, Shigelose, Amebíase, Diarreia, Gastroenterite de origem infecciosa, Leptospirose, Dengue, Febre amarela, malária e outras doenças infeciosas intestinais mal definidas ou por microrganismos específicos. A análise permitiu discutir os resultados e a importância de uma estrutura mínima de esgotamento sanitário como aliada na mitigação de doenças transmitidas pela água. Constatou-se que, a longo prazo, houve uma redução de 96,81% no total de internações em comparação ao valor máximo registrado e uma queda significativa no número de óbitos após a implantação da Rede de Tratamento de Esgoto de Altamira. Em 2023 e no início de 2024, não foi registrado nenhum óbito, constatando-se a relevância de estudos que demonstres essa correlação associando as responsabilidades do poder público e população no senti de minimizar os riscos e efeitos dessas doenças.