O ensino de língua de portuguesa para os sujeitos da educação básica paranaense
Uma análise das Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o ensino da língua
DOI:
https://doi.org/10.34019/1808-9461.2021.v20.29032Palavras-chave:
Escola, Ensino de Língua Portuguesa, Diretrizes Curriculares, Processos de subjetivaçãoResumo
Neste trabalho, cujo aporte teórico se dá na teoria da História das Ideias Linguísticas, objetivo investigar quais os efeitos de sentido construídos acerca do papel da escola e dos sujeitos da escola veiculados pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCEs) do Estado do Paraná para o ensino de Língua Portuguesa. Para isso, analiso alguns trechos do documento que debatem as relações entre escola-estudante de classe marginalizada e/ou escola-língua-estudante de classe marginalizada. Ao problematizar os campos de significação que se materializam no documento acerca dessas relações, discuto como a escola é colocada como a única oportunidade de os alunos das “classes marginalizadas” – encarados como um outro despossuído de voz e de capacidade de agir criticamente sobre a sociedade – ascenderem socialmente. Nesse processo de “emancipação”, a relação com a língua portuguesa se dá de maneira necessariamente corretiva já que o objetivo é possibilitar aos estudantes socialmente marginalizados o acesso a variante socialmente prestigiada, falada pelas classes privilegiadas. Esse contato, que silencia a diversidade cultural, linguística e social dos estudantes, é regido e controlado pelo Estado que se faz constantemente presente ao longo do documento, mesmo que de forma implícita.