Homero e a História
reflexões sobre a poética homérica para o ofício do historiador
Palavras-chave:
Homero, Poesia Épica, História AntigaResumo
Este artigo discute a problemática de autoria e composição dos poemas homéricos, a partir das chamadas “questões homéricas”, e aborda as características literárias específicas da Ilíada e da Odisseia, sobre as quais repousam as bases para uma abordagem historicamente consciente da tipologia do discurso apresentado por tais fontes e pelos contextos socioculturais de produção e transmissão da épica homérica. O texto explora as origens orais das epopeias, o trabalho filológico sobre a estilística formular dos poemas e como essas características poéticas influenciam a interpretação e o trabalho dos historiadores a respeito das obras. Em resumo, investiga-se a complexa relação entre Literatura e História na obra de Homero, considerando tanto os aspectos métrico-formulares e literários quanto a possibilidade de encontrar vestígios históricos nos poemas épicos.
Downloads
Referências
Arend, Walter. 1933. Die typischen Scenenbei Homer: problemata Forschungen zur klassischen Philologie, Heft 7. Berlin: Weidmannsche Buchhandlung.
Assunção, Teodoro Rennó. 2010. “‘O que é um autor?’, de Foucault e a questão homérica.” Nuntius Antiquus (6): 180–200. https://doi.org/10.17851/1983-3636.6..180-200.
Finley, Moses. 1982. O mundo de Ulisses. Lisboa: Presença.
Foucault, Michel. 2009. “O que é um autor?”. In Estética: literatura e pintura, música e cinema. Ditos e Escritos, vol. III, traduzido por Inês Autran Dourado Barbosa, 264-298. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Fowler, Robert Louis. 2004. “The homeric question”. In The Cambridge companion to Homer, 220-234. Cambridge: Cambridge University Press.
Goethe, Johann Wolfgang von; Schiller, Friedrich. 1852. Die Schiller-Goethe’schen Xenien. Leipzig: Weber.
Goethe, Johann Wolfgang von. 1960. Poetische Werke. Berliner Ausgabe: Berlin.
Graziosi, Barbara. 2002. Inventing Homer: the early perception of epic. Cambridge: Cambridge University Press.
Graziosi, Barbara; Haubold, Johannes. 2005. Homer: the resonance of epic. Classical Literature and Society. Londres: Duckworth.
Graziosi, Barbara. 2021. Homero. Araçoiaba da Serra, SP: Editora Mnema.
Jácome Neto, Félix. 2013. “A arte de Homero e o historiador: observações introdutórias”. Romanitas – revista de estudos grecolatinos (2):197-218. https://doi.org/10.17648/rom.v0i2.9061.
Lord, Albert. 1971. The singer of tales. Nova Iorque: Atheneum.
Magnien, Victor (Ed.). 1925. Abbé d’Aubignac: conjectures académiques ou dissertation sur l’Iliade. Paris: Hachette.
Malta, André. 2012. “Morte e vida de Homero: três visões do poeta grego publicadas no século XVIII”. Revista USP 94: 166-175. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i94p166-175.
Mendes, Manuel Odorico. 1874. “Prólogo”. In Homero. Ilíada. Traduzido por Manuel Odorico Mendes. Rio de Janeiro: Typographia Guttemberg.
Mossé, Claude. 1989. A Grécia arcaica de Homero a Ésquilo. Lisboa: Edições 70.
Nagy, Gregory. 2010. Homer the preclassic. Los Angeles: University of California Press.
Nietzsche, Friedrich. 2006. “Homero e a filologia clássica”. Traduzido por Juan A. Bonaccini. Revista Princípios 13 (19-20): 169-199.
Nietzsche, Friedrich. 2019. “A disputa de Homero”. In Cinco prefácios para cinco livros não escritos, 26-32. Rio de Janeiro: Editora 7Letras.
Parry, Milman. 1971. “Published works”. In Parry, Adam (Ed.). The making of Homeric verse: the collected papers of Milman Parry. Oxford: Clarendon Press.
Pereira, Maria Helena da Rocha. 2014. Estudos sobre a Grécia Antiga: artigos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.
Segal, Charles. 1994. “Singers, heroes and gods in the ‘Odyssey’.” In Nagy, Gregory (Ed.). Myth and poetics. Ithaca, NY: Cornell University Press. http://www.jstor.org/stable/10.7591/j.ctv3s8rff.
Settis, Salvatore. 2006. The future of the Classical. Traduzido por Allan Cameron. Cambridge: Polity.
Sherratt, Elizabeth Susan. 1990. “Reading the texts: archaeology and the homeric question”. Antiquity 245 (64): 807-824.
Tarnas, Richard. 2011. A epopeia do pensamento ocidental. Traduzido por Beatriz Sidou. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Vernant, Jean-Pierre. 1990. Mito e pensamento entre os gregos: estudos de psicologia histórica. Traduzido por Haiganuch Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Vidal-Naquet, Pierre. 2002. O mundo de Homero. Traduzido por Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das Letras.
Vieira, Trajano. 2001. “Ilíada recriada”. Revista USP (50): 119-129. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i50p119-129.
West, Martin Litchfield. 1999. “The invention of Homer”. The Classical Quarterly 2 (49): 362-382. http://www.jstor.org/stable/639863.
Wolf, Friedrich August. 2014. Prolegomena ad Homerum: sive, de operum homericorum prisca et genuina forma variisque mutationibus et probabili ratione emendandi. Cambridge Library Collection. Cambridge: Cambridge University Press.
Wood, Richard. 1775. An essay on the original genius and writings of Homer: with a comparative view of the ancient and present state of the Troade. Whitefish: Kessinger Publishing.
Zanon, Camila Aline. 2013. “Homero: Qual Cultura? Que Sociedade?”. Romanitas – revista de estudos grecolatinos (2):174-96. https://doi.org/10.17648/rom.v0i2.7416.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Felipe Daniel Ruzene

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.