Estigmatização como estratégia

racialização no pós-abolição em Santa Maria - RS

Autores

  • Henrique Mareth Trombetta PPGH/UFSM

DOI:

https://doi.org/10.34019/2359-4489.2023.v9.42074

Palavras-chave:

pós-abolição, crime, Racialização

Resumo

Este artigo propõe analisar um processo criminal do ano de 1923 na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A análise é baseada nos modelos generativos propostos pelo antropólogo Fredrik Barth, e tem como tema central a racialização que emerge no processo de forma estigmatizante. Por meio da análise foi possível perceber que no pós-abolição o ato de estigmatizar por meio da racialização emerge como um recurso disponível para a maximização de interesses em uma situação de disputa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBUQUERQUE, Wlamyra. O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Editora Jandíra, 2021.

ANDREWS, George Reide. Negros e brancos em São Paulo: 1888-1988. Bauru: EDUSC, 1998.

BARTH, F. Models of social organization I. In: Idem. Process and form in social life. London: Routledge & Kegan Paul, 1981.

CANCELLI, Elizabeth. A cultura do crime e da lei, 1889-1930. Brasília: Edições Humanidades, 2001.

CARNEIRO, D. F. Uma justiça que seduz? ofensas verbais e conflitos comunitários em Minas Gerais (1854-1941). Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2019.

CRUZ, Lisiane Ribas. “A infância abandonada é a sementeira do crime” – O julgamento de menores pela comarca de Santa Maria (1910 – 1927). Dissertação (Mestrado em História) - Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-graduação, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos. São Leopoldo, 2017.

CARVALHO, Daniela Vallandro de. “Entre a solidariedade e a animosidade”: Os Conflitos e as Relações Interétnicas Populares Santa Maria – 1885 a 1915. Dissertação (Mestrado em História) - Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-graduação, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos. São Leopoldo, 2005.

CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da belle époque. Campinas: Editora da Unicamp, 2012.

GRIGIO, Ênio. “No alvoroço da festa, não havia corrente de ferro que os prendesse, nem chibata que os intimidasse. A comunidade negra de Santa Maria e sua irmandade do Rosário (1873 – 1942). Santa Maria: Câmara municipal de vereadores de Santa Maria, 2018.

KNUST, J. E. M. Racionalidade, Costume e Ideologia: Esboço de crítica marxista a uma controvérsia do individualismo metodológico. Revista Tessituras. nº1, 2010. Disponível em: http://tessituras.emnuvens.com.br/rt/issue/view/3

LEVI, Giovanni. A herança imaterial: trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

MATTOS, Hebe. Das cores do Silêncio: os significados da liberdade no Sudeste escravista. Campinas: Editora Unicamp, 2013.

MONSMA, Karl. “Racialização, racismo e mudança: um ensaio teórico, com exemplos do pós-abolição paulista”. Anais do XXVII Simpósio Nacional de História. ANPUH. Natal, 2013. Disponível em: https://snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364748564_ARQUIVO_Monsmatrabalho.pdf

NICOLAZZI, F. O conceito de experiência histórica e a narrativa historiográfica. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.

OLIVEIRA, Franciele Rocha de. Dos laços entre José e Innocência: Trajetórias de uma família negra entre a escravidão e liberdade no Rio Grande do Sul. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2017.

_____. Moreno Rei dos atras a brilhar, Querida União Familiar. Trajetória e memória do clube negro fundado em Santa Maria, no Pós-Abolição. Santa Maria: Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria, 2016.

RIBEIRO, C. A. C. Cor e criminalidade: estudo e análise da justiça no Rio de Janeiro, 1900-1930. Rio de Janeiro, RJ: Editora UFRJ, 1995.

ROSA, Marcus Vinícius de Freitas. Além da invisibilidade: história social do racismo em Porto Alegre durante o pós-abolição. Porto Alegre: EST Edições, 2019.

ROSENTAL, Paul-André. “Fredrik Barth e a microstoria”. In: REVEL, Jacques. Jogos de escalas: a experiencia da microanálise. Tradução: Dora Rocha. Brasil: Fundação Getulio Vargas, 1998.

SANTOS, Gabriela R. Desabusadas e levadas do diabo: Mulheres pobres no ambiente urbano de Santa Maria no início do século XX (1903 – 1918). Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História – PPGH. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2021.

SCHWARCZ, Lilia M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2019.

THOMPSON, E. P. A miséria da teoria ou um planetário de erros - uma crítica ao pensamento de Althusser. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.

_____. Senhores e caçadores: a origem da lei negra. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1997.

VELLASCO, Ivan; ANDRADE, Cristiana Viegas. Criminalidade, violência e justiça na Vila de Tamanduá: a reconstrução de estatísticas criminais do Império à República. Varia Historia, Belo Horizonte, vol. 34, n. 64, p. 51-80, jan/abr 2018. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/vh/a/vYdThnXLX9dggCrVHXVjRQb/?lang=pt&format=pdf>

VIANNA, Oliveira. “O Typo Brasileiro; seus elementos formadores.” In: Diccionario Historico, Geographico e Ethnographico do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1922.

Downloads

Publicado

2024-01-26

Como Citar

(1)
Mareth Trombetta, H. Estigmatização Como estratégia: Racialização No pós-abolição Em Santa Maria - RS. FDC 2024, 9, 100-120.