Empalideciam e ficavam imóveis como estátuas
O cólera na cidade do Icó, província do Ceará (1862)
DOI:
https://doi.org/10.34019/2359-4489.2021.v7.30184Palavras-chave:
Epidemia de cólera, Cidade de Icó, MemóriaResumo
O artigo parte de relatos memorialísticos sobre o cólera que atingiu Icó, Ceará, em 1862. Neles, a moléstia é apresentada como o capítulo inicial da decadência econômica e perda do prestígio político local. Para justificar a tese, os memorialistas afirmam ter a doença matado metade da população na ocasião. Do mesmo modo, os relatos apresentam o médico Pierre Théberge, como o herói da quadra epidêmica, ao ponto de morrer por cólera, enquanto socorria os doentes de outro surto, em 1864. Através de manuscritos e jornais, demonstro como a memória local inflacionou o impacto demográfico da epidemia. Apresento uma narrativa dos dias de crise, especialmente indicando os efeitos no cotidiano local: um tempo de medo e tensões sociais. A apresentação do drama epidêmico indicia o que levou o cólera a permanecer sendo acionado na memória local quase cento e sessenta anos depois.
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