Kierkegaard e Santo Agostinho:
desespero, fé e verdade na existência
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2024.50663Resumo
O artigo investiga, a partir de uma abordagem filosófico-teológica, a relação entre desespero, fé e verdade na constituição do sentido existencial humano, estabelecendo um diálogo entre Santo Agostinho e Søren Kierkegaard. Objetiva-se compreender como a fé, segundo esses autores, atua como elemento central na superação do desespero e na reestruturação do si-mesmo. Utiliza-se como metodologia a análise conceitual comparada entre obras-chave dos pensadores, especialmente Confissões e A Doença para a Morte, complementada por revisão bibliográfica de autores contemporâneos. Identifica-se que, para ambos, o desespero é expressão de uma ruptura da síntese entre finitude e infinitude, e a fé, um movimento interior que reconcilia o ser humano com o transcendente. Os resultados apontam para a convergência entre as perspectivas agostiniana e kierkegaardiana ao proporem a fé como via de reencontro com a verdade e sentido. Conclui-se que a fé cristã, compreendida como salto existencial, representa não apenas uma resposta ao sofrimento humano, mas a possibilidade de uma existência autêntica, ancorada no eterno e fundada no amor divino. O estudo destaca a atualidade dos autores no enfrentamento da crise de sentido na contemporaneidade, contribuindo para a reflexão sobre o papel da religião na construção da identidade e da liberdade do sujeito.
Palavras-chave: Fé; Desespero; Verdade; Kierkegaard; Santo Agostinho.
