EU É UM OUTRO – O CIRCUITO DA IPSEIDADE NA FILOSOFIA DE SARTRE

Autores

  • Luciano Donizetti da Silva Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.34019/2448-2137.2011.17759

Resumo

A intersubjetividade é uma das grandes questões da filosofia de Sartre, declaradamente em O Ser e o Nada e ecoando em sua produção posterior, inclusive na Crítica da Razão Dialética (SARTRE, 2002). Porém, apesar do peso que tem na maioria dos comentários da obra do filósofo, essa questão é apenas o escopo de uma problemática ainda mais fundamental que se materializa no circuito da ipseidade: seguindo o caminho proposto por Sartre tem-se, primeiro, o modo de ser-para-si como ipseidade, como movimento em direção a algo que ele não é e almeja ser, tudo isso orquestrado pelo projeto irrealizável de ser-em-si-para-si; a seguir encontra-se a irrupção da temporalidade, dos ek-stases temporais que a partir do modo de ser presença, remete ao passado e ao futuro. Sartre descreve o ser dessas três dimensões temporais e, paradoxalmente, conclui afirmando que a divisão proposta se deve a uma exigência didática, na medida em que tudo se passa num único e mesmo ato: o acontecimento absoluto ou aparecimento do para-si. Mas é interessante notar que o mesmo acontecimento, desmembrado por razões didáticas, é também fonte e origem do modo de ser-para-outro, ou, é daí que aparece uma dimensão de ser do para-si que lhe escapa. Nesse panorama espera-se explorar a partícula si, visando investigar a relação com o outro no seu plano mais originário, no circuito da ipseidade. Enfim, trata-se de mostrar que a solidão ontológica do para-si em EN não é mais que aparente, e que a relação com o outro – mesmo que problemática no plano existencial –, está assegurada no mais originário modo de ser-para-si.

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Publicado

2018-08-14