O tema do martírio em Kierkegaard e Bonhoeffer:
algumas reflexões éticas
Resumen
O tema do martírio é bastante comum no cristianismo dos primeiros séculos e no cristianismo medieval. Com o passar dos anos, notadamente após os séculos XVIII e XIX, ele tende a diminuir e o cristianismo passa a ser mais racionalizado, calculado e se torna, por assim dizer, um objeto acadêmico e socialmente aceitável. Kierkegaard, pensador do século XIX, busca recuperar o vigor de tal discussão primitiva nos seus escritos e reintroduz o tema esquecido no contexto da cristandade do seu tempo e com a linguagem do século XIX. Tal coisa é realizada em inúmeras de suas obras e com o uso de inúmeros pseudônimos e artifícios literários. O tema do martírio também será importante na obra do teólogo Dietrich Bonhoeffer. Em vários dos seus trabalhos e, inclusive, isso pode ser observado no seu próprio sacrifício de vida, uma vez que ele foi vítima do totalitarismo nazista na Alemanha do seu tempo. Assim, o presente trabalho almeja investigar, nos dois pensadores, a despeito de suas diferenças, uma herança comum e esquecida do cristianismo, a saber, o tema do martírio. Trata-se não apenas de uma questão meramente teológica, mas de algo que irá moldar uma concepção filosófica e ética do homem no mundo e do seu papel na sociedade contemporânea.
Palavras-chave: Bonhoeffer, Ética, Filosofia Contemporânea, Kierkegaard, Martírio.