Entre razão e subjetividade: o Pós-escrito contra a Filosofia do Direito de Hegel
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2024.50661Abstract
Este artigo examina a crítica de Kierkegaard à Filosofia do Direito de Hegel tal como expressa no seu Pós-Escrito. Embora alguns intérpretes, como Jon Stewart, argumentem que Kierkegaard não critica diretamente Hegel, mas apenas os hegelianos dinamarqueses de sua época, este estudo sustenta que há uma oposição filosófica objetiva entre ambos, especialmente no que concerne à fundamentação da ética. Para Hegel, a liberdade se realiza dialeticamente na eticidade [Sittlichkeit] do Estado moderno, onde o indivíduo se reconhece no universal. Já Kierkegaard rejeita essa concepção, argumentando que a verdade ética não pode ser determinada objetivamente, pois a subjetividade é essencial para sua realização. A partir da análise de passagens de Hegel e Kierkegaard, o artigo conclui que a oposição entre os dois filósofos não é apenas uma diferença entre concepções de ética, mas um impasse fundamental sobre a possibilidade da ética ser objetiva ou subjetiva, ocasionando em uma divergência com a interpretação de Stewart.
Palavras-Chave: Kierkegaard. Hegel. Ética. Verdade Subjetiva. Filosofia do Direito.