Stanley Cavell e o reconhecimento do silêncio no cinema sonoro
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2025.46831Palabras clave:
Cavell, Cinema, Modernismo, Silêncio, SomResumen
O artigo tem como objetivo analisar a discussão cavelliana acerca do reconhecimento do silêncio no cinema. Trata-se de entender o que significa qualificar o cinema como uma arte parcialmente modernista e, ao mesmo tempo, parcialmente definida pelo seu automatismo. No âmbito de um debate acerca da natureza da imagem fílmica, em consonância com o entendimento cavelliano sobre o atrelamento entre o advento do cinema e a consolidação do ceticismo moderno, nosso intuito é ressaltar como o reconhecimento do silêncio é visto como aspecto importante do realismo essencial da imagem fotográfica e como algo que também revela a natureza da nossa linguagem. Assim, iniciaremos abordando a distinção entre som e imagem, na ontologia do cinema cavelliana, discutindo como a imagem cinematográfica envolve a necessária expressão realista do indizível. Na sequência, exploramos a relação entre Cavell e Greenberg, relação essa permeada também pelas leituras de Fried, para pensar em que sentido o cinema possa ser considerado uma arte moderna e as implicações disso no que se refere especialmente ao meio fílmico Pós-Segunda Guerra. Isso para que possamos, finalmente, pensar como uma declaração modernista do meio fílmico, compatível com as ideias cavellianas, envolve ressaltar a necessidade do reconhecimento do silêncio no cinema sonoro.