Evolução de incapacidades físicas em pacientes com hanseníase associada ao nível de atenção à saúde
DOI:
https://doi.org/10.34019/2446-5739.2025.v11.46318Palabras clave:
Hanseníase, Sistema de Saúde, Diagnóstico Tardio, Avaliação da Deficiência, Pessoas com DeficiênciaResumen
Objetivo: Analisar a ocorrência de incapacidade física em hanseníase segundo níveis de atenção à saúde no período de 2012 a 2021 em Minas Gerais. Metodologia: Estudo ecológico transversal, realizado com 6.524 casos. Variáveis dependentes: grau de incapacidade física no diagnóstico e na alta. Variáveis independentes: nível de atenção no momento da notificação e da alta. Foi realizado teste Mc Nemar e Teste Qui-quadrado de Pearson considerando como significante um p-valor ≤ 0,05. Resultados: Embora a maioria dos casos tenham sido diagnosticados com grau de incapacidade zero (59,5%), um número expressivo apresentou grau de incapacidade um (28,2%), nos três níveis de assistência (p<0,001). O aumento no percentual de casos com grau incapacidade física zero foi mais relevante no nível de atenção primária (12%) (p<0,001). Conclusão: O elevado número de casos diagnosticados nos serviços especializados e com incapacidades físicas já instalada sugere a necessidade de investimentos no fortalecimento da atenção primária à saúde para garantia de um atendimento integral e resolutivo, com foco no diagnóstico precoce e na redução das incapacidades físicas relacionadas à hanseníase.
ABSTRACT
Objective: Analyzing the occurrence of physical disability in leprosy according to levels of health care from 2012 to 2021 in Minas Gerais. Methodology: A cross-sectional ecological study conducted with 6,524 cases. Dependent variables: degree of physical disability at diagnosis and at discharge. Independent variables: level of care at the time of notification and discharge. McNemar test and Pearson's chi-square test were performed considering a p-value ≤ 0.05 as significant. Results: Although most cases were diagnosed with degree of disability zero (59.5%), a significant number presented degrees of disability one (28.2%), at the three levels of care (p<0.001). The increase in the percentage of cases with degree of physical disability zero was more relevant at the primary care level (12%) (p<0.001). Conclusion: The high number of cases diagnosed in specialized services and with physical disabilities already present suggests the need for investments in strengthening primary health care to guarantee comprehensive and effective care with a focus on early diagnosis and reducing physical disabilities related to leprosy.
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