Estudos sobre relações étnico-raciais no currículo de Antropologia de uma universidade peruana:
abordagens, inclusões e ausências
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-2140.2023.39495Palavras-chave:
raza, racismo, antropología, afroperuano, Perú.Resumo
Este artigo apresenta algumas questões que identificamos como centrais no debate sobre raça, racismo, antirracismo acerca das culturas académicas e curriculares na educação superior peruana, em particular, do campo das Ciências Sociais de uma universidade pública na capital peruana, Lima. O referencial teórico-metodológicos dialoga com a teoria de raça e racismo: De la Cadena (2004), Quijano (2005), Luciano (2012). As análises de planos de curso de Antropologia (2009-2018) e de entrevistas (2019- 2022) proporcionaram uma análise crítica de discursos (VAN DIJK, 1999). A análise mostra que o curso de Antropologia, de um lado, por iniciativas pontuais de professores engajados com a educação antirracista um debate com discussões mais aprofundadas sobre relações étnico-raciais, acerca da produção de conhecimento de raça, mestiçagem, racismo, indigenismo, gênero e raça, branquitude. De outro, no currículo do curso de Antropologia, a população afroperuana, que tem sua história invisibilizada na educação superior peruana, assim como a bibliografia produzida por pessoas afroperuanas, africanas. O discurso acadêmico que consta nos planos de ensino de Antropologia no que tangencia a carreira de Antropologia, em geral enfatiza a importância de atender às necessidades das populações indígenas, amazônicas e campesinas.
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