A midiatização do habitus e a dimensão da diferença
processos comunicacionais da transgeneridade em rede
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-2140.2021.30555Palabras clave:
Mediatização, Habitus, Transexualidade, GêneroResumen
Na perspectiva em que entendemos o corpo e o gênero como construções culturais, ambos são estruturalmente transformados ao implicarem-se com processos culturais atravessados pelos meios de comunicação. Neste artigo, objetiva-se discutir os processos de subjetivação implicados na midiatização dos sujeitos, promovendo o diálogo com o conceito de habitus relacionado aos estudos de gênero, a fim de discutir a midiatização dos corpos de sujeitos transgêneros em tecnologias digitais. O habitus entendido como uma “subjetividade socializada” aponta para a participação dos sujeitos trans nas plataformas de redes sociais em processos de sociabilidade que estão a reconfigurar discursos que reformam os discursos baseados na ideia de natureza essencial dos corpos e das identidades, intervindo intersubjetivamente em novos acordos sobre como se entende a coimplicação entre sexo, subjetividade e desejo. Implicados por tecnologias digitais online, os corpos trans em processos de midiatização nos dizem como o modo como vivemos é um dentre muitos posicionamentos possíveis na multiplicidade de mundos sociais viáveis, o que amplia a heterogeneidade e relaciona-se com as diferentes maneiras de usar a mídia.
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