Uma análise de rede das mídias tradicionais e a cobertura das eleições de 2018

Autores

  • Renan Barbosa Diniz UFMG
  • Virgílio de Araújo Mendes Mestrando no Departamento de Ciência Política UFMG

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-2140.2020.29410

Palavras-chave:

mídia impressa, eleições, análise de redes sociais

Resumo

O presente artigo visa discutir como alguns veículos de mídia impressa realizaram a cobertura das eleições de 2018. As mídias jornalísticas constituem um aspecto importante para a construção da opinião pública em uma democracia, e também, cumprem papel de agentes de distribuição do fluxo informacional. Assim, este trabalho apresenta ​estatísticas descritivas sobre a proporção da presença de cada candidato nas capas de mídia impressa, a fim de contribuir para a literatura dedicada ao estudo da cobertura midiática em períodos eleitorais e tentar responder à pergunta se houve ou não viés na cobertura eleitoral de 2018. Para além disso, utilizamos também o ​método de Análise de Redes Sociais (ARS) como ferramenta analítica no intuito de identificar as redes de relacionamento dos atores políticos presentes na cobertura destes veículos. Nossos resultados apontam para dois momentos diferentes das eleições, ambos com cobertura desigual dos candidatos. Um antes da facada sofrida por Bolsonaro, quando Lula era o personagem mais citado, e outro posterior à facada, quando Bolsonaro teve presença majoritária nas mídias estudadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALTHAUS, S., Edy, J., & PHALEN, P. (2001). Using Substitutes for Full-Text
News Stories in Content Analysis: Which Text Is Best? American Journal of
Political Science, 45(3), 707-723. doi:10.2307/2669247

AVRITZER, Leonardo. O pêndulo da democracia no Brasil: Uma análise da crise 2013-2018. Novos Estudos, n. 111, p. 272-289, 2018.

AZEVEDO, Fernando. Eleições presidenciais, clivagem de classe e declínio da grande imprensa. Revista USP, n. 90, p. 84-101, 2012.

AZEVEDO, Fernando Antônio, 2006. Mídia e democracia no Brasil. Relações entre o sistema de mídia e o sistema político. OPINIÃO PÚBLICA, Campinas, vol. 12, nº 1, Abril-Maio, 2006, p. 88-113.
BESLEY, Timothy, and Andrea Prat. "Handcuffs for the grabbing hand? Media capture and government accountability." The American Economic Review 96.3 (2006): 720-736.
BIROLI, F.; MIGUEL, L. F.; MOTA, F. F.. Mídia, eleições e pesquisas de opinião no Brasil (1989-2010): um mapeamento da presença das pesquisas na cobertura eleitoral. Compolítica, 1.1, p. 67-90, 2011.
ECKER, Ullrich. K.; LEWANDOWSKY, Stephan; CHANG, Ee. Pin; PILLAI, Rekha. The effects of subtle misinformation in news headlines. Journal of experimental psychology. Applied, v. 20(4), p.323-335, 2014.
FERES JÚNIOR, João, SASSARA, Luna de Oliveira; BARBABELA, Eduardo; MIGUEL, Lorena; CÂNDIDO, Marcia Rangel; SILVA, Thyago de Simas. A (in)clemente mídia das eleições. Insight Inteligência, n. 67, p. 46-59, 2014.
FÉRES JUNIOR, João; SASSARA, Luna. O cão que nem sempre late: o Grupo Globo e a cobertura das eleições presidenciais de 2014 e 1998. Revista Compolítica, v. 6, n. 1, p. 30-63. 2016
HIGGINS, Silvio Salej; ANDRADE RIBEIRO, Antonio Carlos. Análise de redes em Ciências Sociais – Brasília: Enap, 2018, p. 91. ISBN: 978-85-256-0092-9
KUCINSKI, Bernardo. A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro. [S.l: s.n.], 1998.
LARCINESE, Valentino; PUGLISI, Riccardo; and SNYDER, James M. "Partisan bias in economic news: Evidence on the agenda-setting behavior of US newspapers." Journal of Public Economics 95.9 (2011): 1178-1189.
LAZEGA, E., & Higgins, S. S. (2014). Redes sociais e estruturas relacionais. Belo Horizonte, MG: Fino Traço.
LINS DA SILVA, Carlos Eduardo. Indústria da comunicação: personagem principal das eleições presidenciais brasileiras de 1989. A: Intercom. Revista Brasileira de Comunicação, n. 62/63, 1990.
LUSHER, D., Koskinen, J., & Robins, G. (2012). Exponential random graph models for social networks: Theory, methods, and applications. Cambridge University Press.
LUSHER, D., Koskinen, J., & Robins, G. (2012). Exponential random graph models for social networks: Theory, methods, and applications. Cambridge University Press.
MATOS, Carolina. Mídia e política na América Latina. Civilização Brasileira, 2013.
MCCOMBS, M. E.; SHAW, D. L. The agenda-setting function of mass media. Public opinion quarterly, 1972, 36.2: 176-187.
MIGUEL, Luis Felipe. DOSSIÊ “MÍDIA E POLÍTICA”. Apresentação. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, 22, p. 7-12, jun. 2004.
MUNDIM, Pedro Santos. Imprensa e voto nas eleições presidenciais brasileiras de 2002 e 2006. Revista de Sociologia & Política, v.20, n.41, p. 123-47, 2012. ______. O viés da cobertura política da imprensa nas eleições presidenciais brasileiras de 2002, 2006 e 2010. Rev. Bras. Ciênc. Polít., Brasília , n. 25, p. 7-46, Jan. 2018.
NUNES, Felipe; RANULFO MELO, Carlos. Impeachment, political crisis and democracy in Brazil. Revista de Ciência Política, 2017, vol. 37, no 2.
PEAKE. Jeffrey S. Presidents and Front-page News: How America's Newspapers Cover the Bush Administration. The Harvard International Journal of Press/Politics, v.12, n.4, p.52-70, 2007.
RUBIM, A. A. C.; AZEVEDO, F. A., 1998. Mídia e política no Brasil. Textos e agenda de pesquisa. Lua Nova, São Paulo, n. 43, p. 189-216.
R Core Team (2017). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. URL: https://www.R-project.org/ https://kateto.net/network-visualization http://neylsoncrepalde.github.io/

Downloads

Publicado

2020-05-18

Como Citar

Barbosa Diniz, R., & de Araújo Mendes, V. (2020). Uma análise de rede das mídias tradicionais e a cobertura das eleições de 2018 . CSOnline - REVISTA ELETRÔNICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS, (31). https://doi.org/10.34019/1981-2140.2020.29410

Edição

Seção

Artigos - Graduação