MOVIMENTOS DO CORPO NA MODERNIDADE: ALTER EGO, RASCUNHO E ACESSÓRIO
Abstract
Na modernidade o discurso científico suspeita do corpo e o pensa como simples suporte da pessoa, um objeto à disposição sobre o qual se deve trabalhar a fim de aperfeiçoá-lo, uma matéria- prima e não uma raiz de identidade do homem a priori. Diante disso, refletir sobre o corpo como uma espécie de escrita viva no qual significados culturais são atrelados à ele é percorrer um labirinto onde o próprio corpo traça o caminho do sujeito, levando à construção de um “corpo acessório”, corpo alter ego, paradoxalmente, corpo rascunho, marca da contemporaneidade e seus dilemas. Perpassando as orientações de um discurso atual e legitimado de ocidentalização com apologia à um corpo que dita o simulacro de si mesmo, reflete-se sobre como a ausência de referências institucionais e a liberdade individual ostentadas pela Modernidade coagem o indivíduo a buscar em si próprio a orientação para a construção de seu ser-no-mundo através das modificações em sua carne. Num constante esforço de exterioridade, o indivíduo busca definir sua interioridade e garantir uma existência coerente com os valores da sociedade.
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