Rightful resistance em movimentos sociais de reforma agrária:
uma análise das razões de o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ter evitado radicalização
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-2140.2022.40075Palavras-chave:
Movimentos Sociais, Radicalização, Rightful Resistance, Reforma Agrária, Estudos Pós-ColoniaisResumo
Embora os processos de faccionalização e radicalização sejam identificados pela literatura no campo de confronto político como mecanismos que frequentemente ocorrem durante a trajetória de movimentos de contestação política, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) conservou sua estratégia não violenta de resistência legítima (rightful resistance) desde sua emergência como movimento social até o presente momento. O objetivo desse artigo é identificar e analisar criticamente as explicações para esse fenômeno oferecidas pela literatura anterior, propondo então uma hipótese complementar aos argumentos anteriores. A literatura anterior estabelece que as características do Estado brasileiro e o fato de que medidas violentas alienam potenciais apoiadores são os motivos de o MST ter consistentemente adotado estratégias não violentas; e os fatos de que esse movimento é independente de partidos políticos, é organizado e coeso, atingiu um certo nível de sucesso, e sua identidade baseada em status socioeconômico são os motivos de se ter evitado a radicalização. Esse artigo critica os argumentos da literatura anterior, posto que tais autonomia e coesão não se observam empiricamente, e conclui propondo uma hipótese que destaca o papel da cultura e da ideologia do movimento, especialmente seu foco em educação libertária. A metodologia adotada por esse artigo envolve a revisão da literatura anterior relevante nos campos de Confronto Político e Movimentos Sociais relacionada ao tópico desse estudo, e a coleta de dados secundários a partir de estudos prévios e do website do MST.
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