Gestação e Síndrome de Klippel-Trénaunay: relato de caso
Palavras-chave:
Síndrome de Klippel-Trenaunay-Weber, Gravidez, Equipe MultidisciplinarResumo
A Síndrome de Klippel-Trénaunay (SKT) é caracterizada por varicosidades atípicas ou malformações vasculares, nervo vascular cutâneo, hipertrofia óssea ou de tecidos moles. Objetivou-se relatar caso clínico de gestações em paciente com síndrome de Klippel-Trénaunay. As Informações foram obtidas por revisões de prontuários e entrevistas com profissionais envolvidos. Quanto ao caso, trata-se de paciente mulher, 47 anos, G5P2A3, diagnosticada aos 21 anos com SKT, apresenta hemangiomas e dor em membros e articulações desde a infância; hemorragias conjuntivais espontâneas, equimoses em membros, tórax, abdome e dorso, síncope nos períodos pré-menstruais, menstruais e gestacionais. História de trombose venosa profunda e múltiplas cirurgias devido a malformações. Atualmente, acompanhada em serviço de referência a cada dois meses, com escleroterapia em vasos calibrosos nos membros inferiores, sem uso contínuo de medicação. Em suas três primeiras gestações, evoluiu com abortamentos no primeiro trimestre, apresentando nas duas primeiras, sangramento vaginal por trinta dias sem recorrer à assistência médica. Apenas na terceira gestação procurou assistência hospitalar, após sangramento volumoso por 20 dias; diagnosticado o aborto com necessidade de curetagem. Na quarta gestação, foi assistida por equipe de pré-natal de alto risco, com pouca adesão ao acompanhamento; evoluiu com sofrimento fetal crônico com indicação de parto cesáreo, no entanto, recusou a intervenção. A criança nasceu por via vaginal, a termo, sem complicações ou necessidade de internação. Durante a quinta gestação, também com baixa adesão ao pré-natal, evoluiu na 16ª semana com dores abdominais intensas, diagnosticado ameaça de aborto e iniciado acompanhamento com equipe multiprofissional. A criança nasceu com 32 semanas e foi internada com necessidade de suporte respiratório. Devido ao alto risco, a gravidez é desencorajada em mulheres com SKT. A abordagem deve contar com o apoio de equipe multidisciplinar e a participação dos profissionais da Atenção Primária é fundamental para a coordenação do cuidado e promoção da adesão das condutas.